Artigo 1
A arte de perceber as emoções
por: Elisabete Cerqueira
Psicóloga.
Pedagoga. Psicopedagoga Institucional.
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers.
Mestra em
Letras: Concentração em Literatura
Brasileira.
Como está na
atualidade a transmissão e orientação
emocional dos seus filhos? Vocês pais estão
preparando os seus filhos para a vida? Que
tipo de pais vocês estão sendo? Estão sendo
pais desaprovadores, rudes e simplistas?
Estão sendo pais que não conseguem dar
limites e aprovam qualquer coisa?
Preparar para a
vida é simples. A base da educação eo
preparo para a vida está no bom senso e nos
sentimentos mais profundos de amor e empatia
pelos filhos. Infelizmente o desenvolvimento
emocional do ser humano não é um assunto que
os pais dominam ou mesmo aprendem
automaticamente, apenas porque amam os seus
filhos, como também não aprendem a superar
os obstáculos que podem impedir a confiança
no seu projeto.
O ponto de partida
para se constituir um ser humano melhor é a
tomada de consciência de si mesmo. Assim,
Grunspun (2004, p.17) explica:
Em todas as estruturas
sociais desde a do homem primitivo, até ao
que chamamos de supercivilizado, há
exigências de uma série de outros atributos
além das finalidades básicas para poder
conviver com outros. Há atributos que são
praticamente universais e independentes de
determinada cultural ou estrutura social. Há
outros que dependem de fase históricas ou de
desenvolvimento econômico e que são mais
específicos. [...] Honestidade. Lealdade.
Responsabilidade. Amor à verdade. Devoção a
deveres. Consideração para com os outros.
Respeito pela justiça. Coragem. Humildade.
Capacidade de auto-sacrifício
Assim para conhecer
e reconhecer os sentimentos e as próprias
emoções, o Ser Humano, depende de limite e
depende de autoridadena educação.
De acordo com
Grunspum (2004), podemos pensar que, somente
com autoridade na educação é que a criança
aprende a sacrificar seus prazeres imediatos
e a renunciar seus impulsos instantâneos.
Na
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, o que
mais consideramos é a valorização e a
percepção das próprias emoções. A tentativa
é de facilitar a vida dos sujeitos, ajudar
para que tenham um posicionamento diante das
confusões, um olhar nasansiedades e saibam o
que deve ser feito ao enfrentarem algum
problema.
Respeitar as
emoções da criança, do adolescente, do
adulto e do idoso é o mais difícil para
qualquer sujeito que esteja diante dos
mesmos. O mais difícil para o ser humano é
escutar e perceber o desejo do outro. O mais
difícil para os pais é escutar e perceber os
sentimentos dos seus filhos.
O que mais acontece
nas horas em que os filhos querem fazer
valer os seus desejos é a manutenção do
poder paterno ou materno, porque manter esse
poder foi o que os pais aprenderam com os
seus pais durante a convivência com os
mesmos. Não aprenderam a escutar e assumir
as responsabilidades com as próprias
atitudes. Aprenderam a obedecer cegamente
ou a desobedecer por não concordar com as
regras estabelecidas pelos pais.
E onde ficava o
desejo?
Na maioria das
vezes não se realizava o desejo, mas deixava
passar para agradar e ter o amor dos pais.
Muitos filhos ficaram infelizes por não
realizar o próprio desejo e muitos pais
perceberam a não realização tarde demais.
É preciso escutar
o que estes filhos querem dizer e o que
querem saber. É preciso escutar o desejo dos
filhos para que no futuro eles possam ter
condição de enfrentamento de si,
enfrentamento dos outros e a realização dos
próprios desejos.
Não se pode sentir
pelos filhos, mas pode escutar, demonstrar
empatia, seja com palavras tranquilizadoras
e com afeto, seja com exemplo de
responsabilidade, assunção dos atos e das
atitudes tomadas diante dos atos. O
fundamentalé que a criança sinta segurança e
consiga nomear a emoção que está sentindo.
É preciso orientar
para que os sujeitos regulem as suas
próprias emoções, para que tenham limites
nas manifestações da emoção e saibam
resolver os próprios problemas.
Assim os sujeitos
aumentam a sua capacidade de entender e
apreender as situações da vida, facilitando
a convivência e os relacionamentos com as
pessoas e consequentementeampliando a sua
qualidade de vida.
Este é o trabalho
da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers e a
sua proposta se adequa em diversas áreas,
onde se possa vislumbrar ou criar uma
possibilidade de trabalho: clínico,
institucional, hospitalar, escolar. É uma
proposta única de criação. A função do
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers é: “Ser
agente facilitador da compreensão dos
caminhos da emoção”.
REFERÊNCIAS
GRUNSPUN, Haim.
Autoridade dos pais e educação da liberdade.
4ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2004.
|