Literatura
A realidade que não quer calar
por: Suzanne Andrade
Serviço Social. Pós em
Recursos Humanos. Terapeuta de Casais,
Família e Comunitária. Especialização em
Psicologia Analítica Junguiana. MS Saúde
Coletiva.
Hoje vivemos em um mundo corrido, acelerado,
em que padrões de comportamento se repetem
de forma mecânica. Às vezes, até
desenvolvemos várias competências e fazemos
coisas demais ao longo do caminho, mas sem
entendermos ao certo o nosso propósito maior,
ou aonde queremos chegar.
Ao correr, estamos nos esquecendo das
pessoas do nosso lado; esquecendo de
conhecê-las melhor, de valorizá-las, de
demonstrar o quanto são importantes para nós.
Descuidamos do nosso querer bem e do amor
que sentimos por elas. Estamos deixando de
lado o que realmente tem importância na vida.
Na dinâmica atual, os simples “bom-dia”,
“obrigado” e “com licença” já não fazem
parte de nosso dia a dia. Predominam a
fisionomia carrancuda e o mau humor, ou o
comando na mente, que diz: “Não tenho tempo
para nada. Preciso correr”.
Tudo isto tem abalado a autoestima das
pessoas, pois elas já não são vistas nem
reconhecidas como seres humanos. São mais um
na multidão acelerada.
No mundo organizacional, as pessoas se
transformam em siglas como TI, RH, CEO, ou
“a menina do cafezinho”. Não há mais tempo
para saber quem é o ser que está por trás
desses papéis, por trás dos crachás que
viraram a única forma de dar identidade às
pessoas.
Esse distanciamento leva a muitos conflitos,
a uma falta de interesse e a uma falta de
paciência para ouvir as pessoas, ou de
disponibilidade para estar por inteiro com o
outro. Tudo isso gera, é claro, muita
insegurança.
A INSEGURANÇA ABALA A CONFIANÇA E COMPROMETE
AS RELAÇÕES
O foco passou a ser o mundo externo, em que
o “ser” ficou perdido, na busca de um “ter”
desenfreado e insaciável: ter dinheiro, ter
profissão, ter um cargo...
Tornou-se fundamental buscarmos ter mais,
buscar mudar sempre, mas há aí um ponto
essencial, esquecido em muitos momentos de
nossas vidas: a valorização da nossa
essência como seres sociais.
Como citou Dalai Lama: “Abra seus braços
para as mudanças, mas não abra mão de seus
valores”.
A verdade é que, nessa correria, as pessoas
têm aberto mão de seus valores, seja em sua
vida particular, seja na empresa de que
fazem parte, passando, então, a agir
mecanicamente.
Isso é mais forte no mundo organizacional.
Os valores dos relacionamentos são
esquecidos, da mesma forma que a Declaração
de Valores da Empresa que está presa na
parede e fica ali apenas como objeto
decorativo.
Os indivíduos que fazem parte do mundo
empresarial acabam por absorver essa cultura.
Existe, na teoria,, um discurso corrente
sobre a importância das pessoas e dos
relacionamentos para as organizações, mas,
na prática, poucos estão satisfeitos, desde
os empresários até os lideres e os
colaboradores.
Nesse mundo globalizado, a insegurança abala
a confiança e compromete as relações. O
respeito, a ética, a confiança e a
responsabilidade são valores esquecidos. A
qualidade de vida, a comunicação entre as
pessoas e a polidez nos relacionamentos
passaram a ser joias raras. O amor, tão
desejado, está esquecido por nós mesmos.
Tudo isso vem abalando a autoestima dos
seres humanos, tirando a motivação para o
trabalho e para o melhor aproveitamento da
vida.
O EXCESSO DE PREOCUPAÇÃO CONSOME NOSSAS
ENERGIAS
O excesso de informações, o constante medo
de errar, a cobrança pela agilidade nas
entregas, tudo isso nos atrai para o mundo
externo, nos desconectando do nosso
verdadeiro ser. Tornando-nos menos humanos,
em relaçãoa nós mesmos, aos outros,
especialmente no mundo organizacional o que
vem tirando a energia das pessoas.
A falta dessa vitalidade tem levado as
pessoas ao cansaço, ao desânimo, ao estresse
e à depressão. Alguns chegam ao extremo,
desenvolvendo pânico ou a Síndrome de
Burnout – um estado de esgotamento físico e
mental, cuja a causa está intimamente ligada
à vida profissional.
O excesso de preocupações consome nossas
energias. Provavelmente, você já se sentiu
sem fôlego para dar conta de seus
pensamentos e de suas preocupações, perdido,
sem saber o que e como fazer diante das
demandas de seu dia a dia, sem encontrar o
próprio valor. Isso acarreta falta de
vontade de trabalhar, provocando, muitas
vezes, doenças.
TUDO ISSO PODE TER SOLUÇÃO
A resposta para todos esses problemas está,
sem dúvida, dentro de nós mesmos. Isso é bom,
porque quando trazemos para nós a
responsabilidade sobre uma situação que nos
incomoda, trazemos também a força para mudá-la.
[...], você vai encontrar histórias que irão
tocá-lo, inspirando-o a resgatar o seu valor
como pessoa especial que é. Histórias que
vão ajudá-lo a resgatar a motivação e o
entusiasmo para o seu dia a dia, assumindo o
protagonismo de sua vida.
Você vai descobrir importantes caminhos para
uma mudança em seu modo de se portar,
priorizando o que é “natural” ao ser humano.
[...] é importante saber para reintegrar seu
“ser”, resgatar sua essência como pessoa
especial e única, como profissional de
sucesso e alavancar a carreira e produzir
mais felicidade.
Você voltará a sentir um bem-estar e um novo
ânimo para cuidar dos seus relacionamentos e
de si mesmo como um todo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Susanne. O segredo do sucesso é ser
humano: como conquistar resultados
sensacionais na vida pessoal e profissional.
São Paulo: Primavera Editorial, 2014. P. 30-
34.
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