Literatura
O que transmitem as rosas...
por:
Elisabete
Coimbra Cerqueira
Psicóloga. Pedagoga. Sociopsicomotricista
Ramain-Thiers. MS em Letras.
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
Fernando Pessoa
As rosas transmitem suavidade, delicadeza,
docilidade, bondade, amizade. É
considerada,nas suas cores, a tradução das
emoções, do afeto, do romance da
sensualidade e da beleza. Também se
relaciona ao coração, isto é, ao amor.
Geralmente a cor rosa é atribuída às
mulheres por demonstrar feminilidade.
As rosas nos contam belas histórias de
amizade, de amor, de esperança e de vida e
são serem famosasna sua beleza, na sua forma
e no seu perfume. É
a flor de maior simbolismo na cultura
Ocidental, consagrada a muitas deusas da
mitologia. Símbolo de Afrodite: deusa grega.
Símbolo de Vênus: deusa do amor.
Segundo a mitologia grega, Afrodite quando
nasceu das espumas do mar, estas espumas, se
tornaram rosas brancas e passaram a
representar inocência e pureza.
Conta o mito que Afrodite viu Adônis ferido,
próximo da morte e então ao socorrê-lo, se
feriu com um espinho, assim seu sangue
coloriu as rosas que lhe eram consagradas,
tornando-se símbolo de um renascimento. Na
Antiguidade, as rosas passaram a representar
a “Rosália”, uma cerimônia, que acontece no
mês de maio, onde se enfeitam os túmulos,
exatamente para reviver o renascimento.
As rosas vermelhas significam a paixão, o
sangue e a carne.Para os romanos,as rosas
eram uma criação da Flora:deusa da Primavera
e das Flores. Quando uma das ninfas da deusa
morreu, Flora a transformou em flor e pediu
ajuda para os outros deuses: Apolo deu a
vida; Bacus o néctar; Pomona o fruto. As
abelhas se atraíram pelo néctar da flor e
quando Cupido atirou suas flechas para
espantá-las, as abelhas se transformaram em
espinhos. Assim,nasceu arosa, igualmente,
consagrada a Isis, que é retratada com uma
coroa de rosas.
O miolo da rosa, fechado, deu significado
para a flor,como símbolo do segredo em
muitas culturas. Esse símbolo era colocado
no teto das salas de reuniões das casas, na
época medieval, sinalizando que ali os
assuntos deveriam ser mantidos em segredo.
Assim, muitas residências clássicas,como
decoração, adotaram o costume de pintar
rosas,nos tetos de suas salas.
Também, na tradição Hindu, a deusa Lakshmi:
deusa do amor, nasceu de uma rosa.
Simbolismo da beleza e da pureza, perfeição
em todos os sentidos, na idade média, a rosa
se transformou em símbolo de Maria: mãe
divina, pelo significado de sua pureza,
representando a vida, a alma e o coração.
As rosáceas das catedrais góticas foram
dedicadas a Maria como emblema do feminino
em oposição à cruz. Os rosários originais,
colar de flores eram feitos com pétalas de
rosa. “Rosário” do latim “Rosarium”,
significa roseiral.
Muitos são os significados das rosas e de
suas cores, mas certamente, todos
representam o amor, seja esse amor
espiritual,ou,seja esse amor carnal. A
pureza das rosas possui suas propriedades
não só simbolicamente, mas tambémpara
medicina, para perfumes, para culinária,
entre muitos outros atributos.
A rosa se tornou o simbolismo do amor, do
carinho, do cuidado, e por isso, muitas
pessoas têm o hábito de presentear com a
flor do amor a quem ama.
Fernando Pessoa em um de seus
poemas descreve:
Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir
O que minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê? ... se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?
REFERÊNCIAS
DANTAS, Tiago. "O simbolismo da Rosa"; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/o-simbolismo-rosa.htm.
Acesso em 11 de abril de 2021.
CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain.
Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos,
costumes, gestos, formas, figuras, cores,
números. Coord. Carlos Sussekind. Trad. Vera
da Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Angela
Melim, Lúcia Melim. 5ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1991.
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