Vol. XI: Vitrais 85 - jan 2018

A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers - ISSN 2317-0719

 

VITRAIS
Vol. X: Vitrais 85

                        jan 2018

 

Editorial

Notícias

Literatura

William J. Bennett


Artigos

Tânia Virgini do Vale Voss

Euzilene Maria dos Santos

 

Reflexão

Albigenor Militão
     e Rose Militão


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Literatura

 

 

O Hábito
 

William James

 

 

O HÁBITO

                         William James 

Não adianta possuir um grande reservatório de máximas ou possuir muito bons sentimentos enquanto não se aproveita todas as oportunidades concretas de agir, não ocorre nenhuma alteração para melhor no caráter. De meras boas intenções, o inferno está proverbialmente atulhado. Isso é consequência óbvia dos princípios que estabelecemos. Um “caráter”, como diz J. S. Mill, “é uma vontade completamente moldada”; é uma vontade, no sentido a que ele se refere, é um agregado de tendências a agir de modo firme, direto e definitivo em todas as principais emergências da vida. Uma tendência a agir torna-se efetivamente arraigada em nós apenas em proporção à frequência ininterrupta com a qual as ações realmente ocorrem; o cérebro se “molda” à sua execução. Cada vez que uma resolução ou um claro fulgor de sentimento se evaporam sem gerar nenhum fruto de ordem prática, é pior que simplesmente perder uma chance: o que advém é a obstrução definitiva do caminho habitual de descarga das futuras resoluções e emoções.

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A re-significação para o re (nascer)
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Do complexo de édipo a terapia de casais
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Volume III
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Uma leitura em Ramain-Thiers

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Volume IV
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Não há caráter humano mais desprezível do que o débil sentimentalista e sonhador, que passa a vida num mar encapelado de sensibilidade e emoção, mas que nunca executa uma valorosa ação concreta.

Não são apenas as linhas particulares de descarga, mas também suas formas gerais que são entalhadas no cérebro a partir do hábito. Por exemplo, se deixarmos nossas emoções se evaporarem, elas se acostumam a evaporar; assim, há razões para supor que se nos esquivarmos com frequência de fazer um dado esforço, antes que o percebamos a capacidade de fazer esse esforço terá desaparecido. E se nos sujeitarmos a deixar vaguear a atenção, ela ficará dispersa o tempo todo. Atenção e esforço são... apenas dois nomes para o mesmo fato psíquico. A que que processos cerebrais correspondem, não sabemos. A razão mais forte para crer que dependem, de alguma forma, dos processos cerebrais, e não são meros atos do espírito, é apenas esse fato – em certo grau, parecem sujeitos à lei do hábito, que é uma lei material. Uma máxima prática conclusiva, relativa aos hábitos da vontade, que podemos então aqui oferecer seria: mantenha viva a faculdade do esforço através de algum exercício gratuito, todos os dias. Isso é, seja sistematicamente ascético ou heroico em pequenos aspectos irrelevantes; cada dia, ou em dias alternados, faça algo pelo simples motivo de que você preferiria não o fazer. Assim, quando se aproximarem épocas de tenebrosas exigências, você não será surpreendido, fragilizadoou destreinadopara enfrentar aprova. Esse tipo de ascetismo é como um seguro que se paga pela casa e pelos bens. Não é bom pagar a mensalidade, que talvez nunca lhe dê retorno algum. Mas se o incêndio realmente ocorrer, aqueles pequenos esforços o salvarão da ruína. O mesmo acontece com quem se disciplina diariamente com hábitos de atenção concentrada, vontade enérgica e autonegação de coisas desnecessárias. Permanece firme como uma torre, enquanto todo o resto se abala, e seus companheiros mortais mais frágeis voam como farelos na ventania.

 Referências

BENNETT, William J. O livro das virtudes II:  o compasso moral: uma antologia de William J. Bennett.  Trad. SILVEIRA, Ricardo. ANDRADE, Angela Lobo de. Seleção de texto brasileiros MACHADO, Ana Maria.15º impressão. RJ: Nova Fronteira, 1996. P.226.

 

 

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