Vol. X: Vitrais 83 - abr 2017

A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers - ISSN 2317-0719

 

VITRAIS
Vol. X: Vitrais 83

                        abr 2017

 

Editorial

Notícias

Literatura

Ana Jácomo


Artigos

Maria das Graças Mendes

  Costa

Mara de Souza Lutz e

  Marilene Kovalski

 

Reflexão

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Artigo 2

 

A lei em Ramain-Thiers
 

Mara de Souza Lutz

Marilene Kovalski

 

A LEI EM RAMAIN-THIERS

 MARA DE SOUZA LUTZ

Enfermeira. Psicóloga.Psicopedagoga. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Organizadora do Livro “O Universo das Convivências”. Mestre em Psicologia. Coautora dos livros: “Corpo e Afeto”; “Saberes, Processos e Práticas do Psicólogo Escolar/Educacional”. Desenvolve projetos voluntários com adolescentes. Voluntária da Defesa Civil e Cruz Vermelha.

 MARILENE KOVALSKI

Psicóloga. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Psicanalista Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano- Brasil (FCL/Brasil). Membro da Internacional dos Fóruns do Campo Laconiano. Membro e Fundadora do FCL/MS e Coordenadora do Espaço Escola do FCL/MS. Coautora dos Livros: “Compartilhar em Terapia”, “A Essência dos Vínculos” e “Corpo e Afeto”.

COLEÇÃO
RAMAIN-THIERS

Leia o livro digital que você deseja
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Volume I
Ramain-Thiers: a vida, os contornos
A re-significação para o re (nascer)
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Volume II
A potencialidade de cada um:
Do complexo de édipo a terapia de casais
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Volume III
A dimensão afetiva do corpo:
Uma leitura em Ramain-Thiers

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Volume IV
As interfaces de Ramain-Thiers



 

 

 

Iniciaremos trazendo uma definição de lei, com base nos autores Stratton e Hayes (1994), que pode se associar à ideia de princípio e estudo. Larousse (2006), por sua vez, acrescenta ao conceito de Lei a ideiade regra, que pode ser tanto necessária quanto obrigatória, o que pode levar a uma autorização ou vedação. 

 

Para uma melhor compreensão da lei no processo de formação psíquica do sujeito eda importância dessa lei no trabalho clínico, especialmente aqui, em referência à Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, vamos recorrer, principalmente, aos conceitos fundamentais da Teoria de Freud a Lacan e, também, a outros autores que fizeram referências ao assunto. Fecharemos com as contribuições de Solange Thiers em relação ao desenvolvimento de seu método. 

Segundo Freud, é no terceiro estágio psicossexual, chamado de Fase Fálica, que aparece o Complexo de Édipo do qual faz parte um romance infantil que costuma aparecer por volta dos 3 aos 5 anos de idade. (GRUNSPUN, 1995). Freud utilizou, em sua análise, tanto o mito de Édipo quanto a teoria do pai da horda primeva. (FREUD, 1996; FENICHEL, s/d; THIERS, 1998, 2001, 2009).

Acompanhando o raciocínio de Dor (1991, p. 64), com base nos estudos de Lacan, “É por essa inscrição singular perante a função paterna que a criança negocia sua transação psíquica entre o ser e o ter”. Dessa maneira, “A inscrição de cada um na função fálica constitui um evento suficientemente singular na estruturação psíquica para que essa referência à função paterna seja objeto de múltiplas interferências[...]” (ibidem. p.77). 

 

 

Quando existe a perda dessa função, ou seja, quando o pai é destituído da capacidade de se inserir na relação filho e mãe, isso pode favorecer a formação de processos psíquicos patológicos, como por exemplo, o histérico estar aliado subjetivamente “ao desejo do Outro” (ibdem. p.69); já “o caráter particular do desejo do obsessivo[...]carrega sempre o selo exigente e imperativo da necessidade [...] passividade masoquista [...], situação que ocupa voluntariamente o lugar de objeto de gozo do outro [...]” (ibdem. p.65). E por fim “a atribuição fálica do pai que lhe confere a autoridade de Pai simbólico (representante da Lei) nunca será reconhecida”, mas contestada, e os “estereótipos estruturais” exercitados, nesse caso, serão o desafio e a transgressão. (Ibdem. p.62).

Sendo assim, é possível perceber que a questão toda está ligada à capacidade de ter ou ser o falo. Ser o falo não permitirá que haja um desenvolvimento como sujeito, pois haverá uma dependência do outro. Ter o falo caracterizará um sujeito desejante, não mais submetido a ser o desejo do Outro, irá desenvolver autonomias e capacidades em geral, como um ser pensante, com direito a ter sensibilidade, a fazer escolhas, um sujeito de ação no meio em que se encontra. O sujeito estando envolvido, a função do pai se introduz na vida do sujeito. (DOR,1991, p. 44).  

 Segundo Dor (1991, p. 13), a função paterna na psicanálise é investida de uma conotação a-histórica. Mesmo “ficando fora da história, ele não deixa de estar, paradoxalmente, no centro da história de cada sujeito, como uma história mítica. ”

 Esse “modo de existência mítica, sua existência simbólica”, faz com que seu caráter seja “operante e estruturante para cada um[...] qualquer que seja o sexo daquele que se acha referido”. O “pai simbólico é universal, daí a essência de sua necessidade [...]tocadas pela incidência de sua função, que estrutura o ordenamento psíquico na qualidade de sujeitos”. (DOR, 1991, p.14)

Para esse mesmo autor, os pais aparecem como diplomatas, embaixadores, “representam seu governo junto ao estrangeiro, a fim de assumir a função de ali negociar todas as operações entre eles. Esse pai encarnado representa o governo do pai simbólico, encarregado por ele de assumir a delegação desta autoridade junto à comunidade estrangeira mãe-filho”. (DOR, 1991, p.14). “O pai simbólico é apenas o depositário legal de uma lei que vem de outro lugar”. (p.16)

 A função paterna simbólica necessitará de um mediador para chegar até o filho; nesse caso, quem estará desenvolvendo essa função, segundo Lacan, é a própria mãe. Inicialmente existe uma “indistinção fusional entre filho e mãe em que o filho se constitui como o único objeto que pode satisfazer o desejo da mãe”. Por ser uma atividade psíquica extremamente ativa, a mãe exerce a função de mediadora da função simbólica do pai, ela que autorizará ou não a entrada do pai na vida do filho. (DOR, 1991, p. 44, 49, 52).

Dor (1991, p. 47-49), valendo-se dos estudos de Lacan, argumenta que a criança começa a desenvolver uma consciência do pai real e entra numa incerteza sobre ser o desejo dessa mãe. A partir desse momento ela se defronta “com o registro da castração pela instância paterna”. “O pai surge diante da criança como alguém que tem direito quanto ao desejo da mãe”. É nesse momento que surge a rivalidade fálica em que a criança perceberá esse pai castrador como “privador, interditor e frustrador”. Privador, pois a mãe não pode ser só da criança; interditor, porque ele tem direito sobre a mãe; frustrador, porque a criança precisará lidar com a falta da mãe. A figura intrusiva (pai imaginário) não necessita ser real, para ser percebida dessa maneira, o que favorece o filho, de entrar numa rivalidade fálica com o pai, pelo amor da mãe.  É nesse meio que a criança vai se dirigindo à “Lei do pai”. É essa lei, da qual o pai é representante, que acaba por impedir a realização do incesto.

Para Dor (1991, p. 50), o Complexo de Édipo dá margem a um dinamismo psíquico constante, no qual a entrada da lei favorece perceber a mãe como “[...] dependente de um objeto” e com isso vai haver um “novo deslocamento do objeto fálico[...]” inaugurando, assim, “o tempo decisivo do complexo de Édipo [...]” em que “a instância paterna vai se desfazer de seus ouropéis imaginários para advir ao lugar de Pai simbólico”, ou seja, terá um novo “investimento como “aquele que tem o falo”. A partir daí a criança entrará numa “renúncia psíquica [...] num mecanismo correlativo, o recalque originário[...]” em que a criança “renunciou ao objeto inaugural de seu desejo”. (Ibdem. p.51).

Ramain-Thiers é uma metodologia que oferece inúmeras opções de propostas intermediadas pelo sociopsicomotricista, que entra como participante ativo no setting, além de ser um facilitador que permite, com confiança, o acesso aos sentimentos e conflitos. Também se coloca como “portador da lei” frente ao sujeito, lei que deverá ser seguida. Em Ramain-Thiers a lei se apresenta como a base de uma "instrução de trabalho". (THIERS,1998, p.45).

Ao apresentar, ao sujeito, a proposta, a lei, o Sociopsicoterapeuta observa a maneira como cada um lida com ela, e vai conseguindo identificar os processos de privação, carência, resistências e frustrações, entre outras questões que vão surgindo no settingA partir da prática é possível entender o papel do sociopsicomotricista, ora atuando como acolhedor das angústias do sujeito no refazer de sua caminhada, através do agir dentro das propostas, ora como aquele que fortalece o papel da lei no decorrer das atividades. O sujeito vai revivendo suas questões com as figuras parentais, e todo o seu processo.

A lei em Ramain-Thiers se desenvolve como um processo operante, recurso extremamente útil que facilita a mobilização e emergência de questões. Todo esse processo poderá contribuir para a busca de uma reestruturação emocional do sujeito.

Procuramos chamar atenção e relembrar o fato de que é dentro da triangulação pai/mãe/filho que surge um quarto elemento cujo papel é discriminador e que investe diretamente sobre o pai simbólico. Trata-se do falo, conforme denominado por Freud. É a partir do falo que o pai desenvolve a chance de ser representado simbolicamente.

Nasio (2007) consegue reunir alguns dados que envolvem o Falo da seguinte maneira: “[...] nome que damos a qualquer coisa altamente investida, tão investida e amada que não cessa de ser concreta para ser fantasiada”. (P. 78) podem ser as figuras parentais, a carreira, promoção, assim como o próprio corpo, sensações, entre outros. “Para o homem, o Falo é a força; para a mulher, é o amor”. (p.100).

No setting, o Sociopsicomotricista tem a oportunidade de observar como se deu o processo de castração e como cada sujeito lida com a falta. Os sujeitos que passam pela fase oral, possivelmente serão mais dependentes na execução das atividades, evidenciando uma simbiose, devido ao processo de castração ter sido deficitário. Já os que estiverem na fase fálica se mostrarão mais resistentes e os da fase genital serão mais flexíveis, apresentando um complexo de castração mais elaborado, de acordo com cada fase. Tudo isso exigirá do sociopsicomotricista a compreensão e elaboração de propostas para cada caso.

Como foi dito no início dessas considerações, a lei em Ramain-Thiers, por ser um processo operante, acaba por mobilizar questões internas, reacendendo tendências psíquicas internalizadas, o que pode reativar o desejo através do sentir. Esse fato facilita a diferenciação do outro. Dentro desse processo, desenvolve-se o pensar e o agir. 

O Ramain-Thiers trabalha a fala, cognição, inconsciente, movimento corporal, ou seja, “um ser que não sabia que estava adormecido”. (THIERS, 1998b, p.41)

As propostas Ramain-Thiers (2001) contribuem para a observação dos graus de dificuldade, bem como para a sua superação; diante do erro, permitem ao sujeito a quebra do Eu ideal, porque acaba por romper a simbiose, ou seja, a dependência do outro.Essas propostas também contribuem para a quebra da racionalização e o aparecimento das defesas pelo agir. Pode acontecer de reavivar a angústia de castração, juntamente com sentimentos que envolvem a quebra da onipotência, e favorecer o aparecimento do medo, da angústia, raiva e assim por diante. Porém, isso acontece sob um novo prisma, ou seja, uma nova realidade, em que o sujeito pode se tornar autor da sua trajetória, que, por seu turno, pode contribuir para elaborações e reparações

Tudo isso permite que o sujeito se diferencie do outro. Sendo assim, o Ramain-Thiers facilita a percepção de si, através do pensar, sentir e agir, favorecendo a formação de uma identidade. 

As propostas Ramain-Thiers frente à quebra do eu ideal, juntamente com a aceitação da convivência com a ferida narcísica, propiciam um espaço para que o desejo do sujeito pelo seu próprio desenvolvimento ocorra. É nesse momento que ele passa a conquistar seu próprio falo, que é essa capacidade pessoal de vencer por si mesmo. (FREUD, 1996; DOR, 1991; THIERS e THIERS, 2001). Nesse sentido, Lacan (1998, p. 633) sugere o seguinte: "ser o falo, nem que seja um falo meio magrelo, não está aí, a identificação última com o significante desejo?"

Através da psicanálise, esse processo ocorre da seguinte maneira: a referência ao falo indica uma ideia de completude, ou seja, algo que falta e o sujeito vai em busca, entra como um representante da lei ligado à capacidade. A angústia de castração permite que a criança perceba a falta e passe ao desejo pela busca; com isso ocorre a redução do complexo de Édipo. Por ser a ferida narcísica a quebra do Eu, esse processo favorecerá a diferenciação entre o mundo e o sujeito. 

Essa ferida favorecerá a interdição, levando a possibilidades de superação ou manutenção do incesto. No momento em que ocorre esta cisão, o superego começa a ser instalado.

De acordo com Dor (1991, p. 67), com base nos estudos de Lacan, para que a aquisição do falo ocorra, “é preciso inicialmente que tenha sido colocado que não se pode ter, que essa possibilidade de ser castrado é essencial para que se assuma o fato de ter o falo”. Assim como para o mesmo autor, a partir dos estudos de Freud, “A assunção da conquista do falo só é fundamental na medida em que é através dela que a criança se esquiva à rivalidade fálica na qual se instalou tão imaginariamente quanto nela convocou o pai”. Essa assunção fálica é considerada por Freud como o “declínio do complexo de Édipo”.

A metodologia do Ramain-Thiers, por sua variedade de recursos, oferece ao sujeito intermináveis oportunidades de busca para uma complementação. Algumas dessas atividades envolvem propostas de simetria, caleidoscópio, recortes, quebra-cabeças, os lápis etc. Todos esses recursos aparecem, juntamente com a apresentação da lei e oportunizam, ao sujeito, “aprender a viver em coletividade”. (THIERS, 1998, p.45).

“Em casos normais, ou melhor em casos ideais, o complexo de Édipo não existe mais, nem mesmo no inconsciente; o superego se tornou seu herdeiro. ” (FREUD, 1996, p. 285). “A metodologia Ramain-Thiers, por favorecer a entrada da Lei, acaba tendo como função a interdição ao incesto, princípio básico da formação das civilizações, a entrada do homem na cultura”. (THIERS e THIERS, 2001, p. 567). 

Conseguimos perceber, por meio das leituras, que os conceitos psicanalíticos favorecem a compreensão, através da vivência do complexo de Édipo, como algo muito pessoal, pois dependerá de como cada criança ou adulto vivenciou sua relação com a mãe e o pai simbólico. Essas fases psicossexuais irão se apresentar de maneira diferente para cada indivíduo, independentemente das idades, assim comoa maneira que cada sujeito vivenciou a castração no complexo de Édipo. Através desses estudos percebemos que, à medida em que passar o tempo, a criança experimentará diferentes fases, superará tantas outras, para, então, lidar com a sua própria capacidade.

 Nasio (2007, p. 110) observa que “Os sentimentos de ternura e admiração filiais persistem ao longo de toda a travessia do Édipo e encontram os sentimentos opostos, que são o desejo, a angústia e o ódio. É justamente o vivido simultâneo de todos esses sentimentos contraditórios que divide a criança e fomenta sua neurose. O neurótico, seja criança ou adulto, é aquele que, ao mesmo tempo, ama, teme, deseja e odeia o pai. ”

Observamos que, na prática, diante das mesmas propostas Ramain-Thiers, cada pessoa reage de um jeito. Ao receber a proposta com a instrução, o sujeito costuma manifestar vontade de desistir, falta de investimento, impotência e sentimento de incapacidade; o desejo de burlar a lei e fazer de qualquer jeito para sair da situação desconfortável; realizar a qualquer custo para atender à demanda do outro; sente raiva e, por fim, mobiliza seus recursos internos para a executar as propostas. A cada uma delaspercebem-se os avanços em relação à autodescoberta, a acreditar em si e perceber suas possibilidades.  A lei em Ramain-Thiers atua como um processo operante, favorecendo a quebra do narcisismo, da repetição que mortifica e do gozo, surgindo o novo, o inédito, o único, o singular de cada sujeito.

A partir dessa trajetória é que Nasio (2007, p. 123) consegue resumir a figura do pai dentro da “travessia do Édipo [...]”: como uma possibilidade do “encontro de uma criança com as três figuras do pai – simbólico, real e imaginário: um pai que representa a Lei, outro que a faz ser respeitada e, finalmente, aquele, invejado e contestado, que detém o Poder”. É a partir dessas figuras introjetadas e conjugadas, que o supereu do menino será formado.

Ainda dentro das considerações de Nasio (2007, p. 113), “O supereu, essa parte autocrítica de mim mesmo, essa parte do eu censor do eu, é uma instância que faz reviver no psiquismo as três atitudes contraditórias do pai fantasiado”. Ou seja, “é um coro de três vozes: ” a do pai repressor, sedutor e o “pai odioso e rival” (autocrítica).

 Lacan (1998, p. 866), fazendo alusão a Freud, afirma que “é graças ao Nome-do-Pai que o homem não permanece preso ao serviço sexual da mãe, que a agressão contra o Pai se acha no princípio da lei, e que a lei está a serviço do desejo que ela institui pela proibição do incesto. ” “Pois o inconsciente mostra que o desejo está agarrado à proibição, que a crise do Édipo é determinante para a própria maturação sexual. ” “Assim, é antes a assunção da castração que cria a falta pela qual se institui o desejo. O desejo é desejo de desejo, desejo do Outro, como dissemos, ou seja, submetido a lei. ” (LACAN, 1998, p. 866).

Segundo Kaplan (1993, p. 190),  

A resolução e reintegração bem-sucedidas de estágios psicossexuais anteriores[...]estabelece o cenário para uma personalidade [...] madura, com capacidade para uma plena e gratificante potência genital e um senso de identidade auto integrado e consistente [...] capacidade de auto realização e significativa participação nas áreas de trabalho e amor [...] dedicação produtiva e criativa a objetivos e valores gratificantes importantes.  

Por fim, Ramain-Thiers oportuniza repassar pela estrada edípica, revivendo as estruturas formadas pela relação triangular, em especial o contato com a figura do pai simbólico, através da lei, assim como as sensações corporais a partir desse trajeto e como se deu esta interdição da lei.

Particularmente, diríamos que não só a criança, mas qualquer sujeito que se proponha a rever suas questões emocionais não elaboradas, por meio da metodologia Ramain-Thiers terá certamente seus ganhos. Porém, reforçamos que cada abordagem psicológica tem suas particularidades diferenciadas e todas têm sua própria maneira de contribuir com o desenvolvimento do sujeito em questão, pois esse é um trabalho interno que somente o sujeito pode desejar, e ao meio caberá contribuir para que isso ocorra.

 

REFERÊNCIAS

 

DICIONÁRIO Enciclopédico Ilustrado. Veja Larousse. São Paulo: abril, 2006.

 

DOR, Joël. O Pai e sua Função em Psicanálise. Tradução de Dulce Duque Estrada.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1991.

 

FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses. Tradução de Samuel Penna Reis. Rio de Janeiro: Atheneu, s/d.

 

FREUD, Sigmund. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Traduzido do alemão e do inglês sob a direção geral de Jayme Salomão, vol XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

 

GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Neuróticos da Criança. 4. ed.São Paulo: Atheneu, 1995.

 

LACAN, Jaques. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.

 

MOREIRA, Jacqueline de Oliveira. Édipo em Freud: o movimento de uma teoria. Psicologia em Estudo, Maringá v.9, n.2 p. 219-227, mai. /ago. 2004.

 

KAPLAN, Harold I.; Sadock, Benjamim J. Compêndio de Psiquiatria: ciências comportamentais psiquiatria clínica. Trad. Dayse Batista. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.

 

NASIO, J. D.Édipo: o complexo do qual nenhuma criança escapa. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

 

STRATTON, Peter; HAYES, Nicky. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Pioneira, 1994.

 

THIERS, Elaine. Compartilhar em Terapia: seleções em Ramain-Thiers. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998 (a).

 

THIERS, Solange; GERALDI, Ana Cristina. Corpo e Afeto: reflexões em Ramain-Thiers.  Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009.

 

THIERS, Solange. Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers: uma leitura emocional, corporal e social. 2. ed. Ver. e atual. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998 (b).

 

THIERS, Solange; THIERS, Elaine. A Essência dos Vínculos. Rio de Janeiro: Altos da Glória, 2001. 

 
 

 

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