Vol. IX: Vitrais 82 - dez 2016

A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers - ISSN 2317-0719

 

VITRAIS
Vol. IX: Vitrais 82

                        dez 2016

 

Editorial

Notícias

Literatura

Ferreira Gullar


Artigos

Iza=bel Cristina Basso

Scheila Bastos S. Fontes

 

Reflexão

O Livro das Virtudes: uma

  antologia de William J.

  Bennett

 

 


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Reflexão 1

 

 

 

 

A assembléia dos ratos

 

 

 

 

Monteiro Lobato

 

A ASSEMBLÉIA DOS RATOS

Monteiro Lobato

 

COLEÇÃO
RAMAIN-THIERS

Leia o livro digital que você deseja
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Volume I
Ramain-Thiers: a vida, os contornos
A re-significação para o re (nascer)
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Volume II
A potencialidade de cada um:
Do complexo de édipo a terapia de casais
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Volume III
A dimensão afetiva do corpo:
Uma leitura em Ramain-Thiers

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Volume IV
As interfaces de Ramain-Thiers

 Um gato enorme Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria de uma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.

Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.

- Acho – disse um deles – que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.

 Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:

- Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?

Silêncio  geral.  Um  desculpou-se  por  não  saber   dar   nó.  Outro,

 

 

porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.

Dizer é fácil: fazer é que são elas!

COMENTÁRIO: 

Observando esta simples história de Monteiro Lobato podemos aplicá-la nos momentos mais profundos de uma verbalização nos grupos de Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, quando o sujeito não consegue assumir as suas atitudes, as suas ações e os seus relacionamentos, delegando-os aos participantes da sua história de vida, seja no social, seja no trabalho ou mesmo no dia a dia.

A assunção de papéis na própria vida, como autor dos seus atos, nem sempre é simples de viver e experimentar. Os grupos reclamam, se comportam com um grau de ansiedade enorme e exigem situações de conforto que não possuem nos lugares que vivem.

É preciso, como terapeuta que se observe os pedidos de cada sujeito participante do grupo e o que está velado nos seus dizeres. Também é preciso ter uma leitura grupal para auxiliar e buscar uma nova perspectiva e saída da situação. Assim, desta forma o grupo tornar-se cada vez mais forte e corajoso para o enfrentamento dos seus mais profundos processos inconscientes, iluminando os seus sentimentos e buscando um campo menos fantasioso.

 CORAGEM:                                       

A pessoa corajosa não é a que jamais tem medo. O grande romancista americano Herman Melville ilustra isso com perfeição na passagem de Moby Dick em que Starbuck, capitão do Pequod, se dirige à tripulação: “Não quero no meu barco nenhum homem que não tenha medo de baleia. ”

A natureza contagiante de uma atitude corajosa por parte de alguém pode inspirar um grupo inteiro. É a chave da coragem inspirada por Horácio na ponte e por Henrique V em Agincourt. Foi a chave para a coragem demonstrada por aqueles que, em silêncio, suportaram insultos ao se unir a Gandhi e a Martin Luther King Jr., em atos de protesto pacífico, para despertar a consciência pública contra a injustiça.

Referências:

O Livro das Virtudes: uma antologia de BENNETT, William J. [Selecionados e adaptados da ed. americana por] MACHADO, Luiz Raul. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995, p. 308 e 287.

CERQUEIRA, Elisabete Coimbra. COMENTÁRIO. In: REFLEXÕES, Vitrais 82. Dezembro de 2016.

 

 

 

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