porque não era tolo. Todos, porque não
tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se
no meio de geral consternação.
Dizer é fácil: fazer é que são elas!
COMENTÁRIO:
Observando esta simples história de Monteiro
Lobato podemos aplicá-la nos momentos mais
profundos de uma verbalização nos grupos de
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, quando
o sujeito não consegue assumir as suas
atitudes, as suas ações e os seus
relacionamentos, delegando-os aos
participantes da sua história de vida, seja
no social, seja no trabalho ou mesmo no dia
a dia.
A assunção de papéis na própria vida, como
autor dos seus atos, nem sempre é simples de
viver e experimentar. Os grupos reclamam, se
comportam com um grau de ansiedade enorme e
exigem situações de conforto que não possuem
nos lugares que vivem.
É preciso, como terapeuta que se observe os
pedidos de cada sujeito participante do
grupo e o que está velado nos seus dizeres.
Também é preciso ter uma leitura grupal para
auxiliar e buscar uma nova perspectiva e
saída da situação. Assim, desta forma o grupo
tornar-se cada vez mais forte e corajoso
para o enfrentamento dos seus mais profundos
processos inconscientes, iluminando os seus
sentimentos e buscando um campo menos
fantasioso.
CORAGEM:
A pessoa corajosa não é a que jamais tem
medo. O grande romancista americano Herman
Melville ilustra isso com perfeição na
passagem de Moby Dick em que Starbuck,
capitão do Pequod, se dirige à tripulação:
“Não quero no meu barco nenhum homem que não
tenha medo de baleia. ”
A natureza contagiante de uma atitude
corajosa por parte de alguém pode inspirar
um grupo inteiro. É a chave da coragem
inspirada por Horácio na ponte e por
Henrique V em Agincourt. Foi a chave para a
coragem demonstrada por aqueles que, em
silêncio, suportaram insultos ao se unir a
Gandhi e a Martin Luther King Jr., em atos
de protesto pacífico, para despertar a
consciência pública contra a injustiça.
Referências:
O Livro das Virtudes: uma
antologia de BENNETT, William J. [Selecionados
e adaptados da ed. americana por] MACHADO,
Luiz Raul. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1995, p. 308 e 287.
CERQUEIRA, Elisabete Coimbra.
COMENTÁRIO. In: REFLEXÕES, Vitrais 82.
Dezembro de 2016.
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