A escola deve ser um ambiente agradável e
fascinante, onde a criatividade ea
solidariedade predominem. Desta forma
conseguiremos criar uma sensibilidadesocial
em nossas crianças. Esta sensibilidade aos
problemas cotidianos, sejam elesgrandes ou
pequenos, fará com que possamos reorientar
os caminhos dahumanidade. A aprendizagem só
se efetiva quando o aluno se envolve por
inteiro, em todos os aspectos: físico,
intelectual, emocional e social.
Devemos nos conscientizar de que a escola
exerce um papel fundamental navida de todos
os cidadãos, sendo assim, experiências
escolares bem-sucedidas, predispõem a
experiências de vida também bem-sucedidas.
Observa-se que quando a escola estimula o
trabalho em grupo, possibilitaque os alunos
cultivem o respeito pela contribuição de
cada pessoa para o esforçocoletivo, os
alunos podem dizer o que pensam sobre o
assunto e não precisamsubmeter-se a uma
opinião única – a do professor.
Os alunos necessitam de orientação do
professor para desenvolverem umaaprendizagem
significativa, mas é preciso haver estímulo
e direcionamento para queo aluno não seja um
participante passivo do processo. Para que
adquiram umapostura de envolvimento ativo,
tomada de decisão, responsabilidade e
participação, o professor deve estimulá-los
a buscar soluções e a investigar problemas,
a seumodo, em seu ritmo e sem controle
permanente.
A socialização e a educação são responsáveis
pelo processo que torna oindivíduo membro de
uma sociedade, portador de uma visão de
mundo de acordocom a sua cultura, é preciso
proporcionar situações em que a criança
perceba quefaz parte de um todo social, pois,
conforme afirma Assmann (2001, p. 81), “o
que afeta uma pessoa ou grupo (...), afeta a
si próprio e ao seu grupo. Porque nós todos
estamos interligados”.
Sendo assim, ser cidadão é algo que se
aprende. A cidadanianão se dá como algo
natural e inato nas pessoas, é construída.
Ao ampliar seus conhecimentos e interagir
com os outros, a criançadesenvolve o
sentimento de pertencer, por isso é tão
necessário reforçar no trabalhoeducativo os
valores democráticos e humanísticos. Ao
sentir-se pertencente a umlugar, a criança
desenvolve referências que possibilitam a
construção de suaidentidade e a participação
na sua vida social.
As relações sociais devem proporcionar
oportunidades à criança que lhepermitam
conhecer, respeitar e entender as suas
necessidades e a do outro, partindo da
importância dessas relações para o
desenvolvimento, faz-se necessárioe
importante olhar o ambiente buscando
perceber, como este influencia e
éinfluenciado por todos os que estão nele
envolvidos: “A estratégia da vida
consiste em relacionar-se com o diferente de
maneira não somente apropriadora, mas também
de maneira respeitosa. O respeito da
diferença é essencial à solidariedade que
tem em conta os princípios básicos da vida
marcados pela infinita diversidade dos
comportamentos dosseres vivos”. (ASSMAN
& MO SUNG, 2001, p. 257)
A medida que cresce, a criança precisa
desenvolver suas habilidades eaumentar seu
poder de ação e entendimento sobre o mundo
que a cerca.
Atualmente, os jovens têm grande capacidade
de raciocínio lógico e facilidade paraoperar
números e máquinas, todavia tem poucas
condições de trabalhar com osconflitos e
desafios que a vida apresenta.
Devemos buscar uma nova forma de olhar o
desenvolvimento do sujeito, olhar para
dentro e para fora, pois conforme afirma
Werneck (2004, p. 33): “O futuro exigirá
comunicação aprimorada, manejo da voz e do
corpo, criatividade, desejo de aprender
constantemente, capacidade de adaptação a
situações diferentes e até adversas”.
O mundo atual está em constante mudança, por
isso é preciso aprender aaprender, saber
mudar e adaptar-se, ter consciência que não
há somente uma únicaforma de ver as coisas,
de que não há uma verdade absoluta.
Desenvolver-se é basicamente transformar-se.
A forma pela qual nós desenvolvemos é
construída apenas por nós mesmos, ninguém
pode repeti-la, poisnos transformamos de uma
maneira só nossa.
Nas relações estabelecidas com a criança é
importante criar oportunidades para que ela
possa formar-se, desenvolver-se como pessoa;
para ir crescendo em todas as dimensões
humanas, não apenas no conhecimento, mas
também nas atitudes e no afeto, na
imaginação, no respeito aos outros, na
curiosidade, no apreço por si mesmo e pelo
que nos rodeia.
Considerando que a afetividade é a energia
que move o ser humano, para que haja
interesse e motivação para aprender os
sentimentos das crianças não podem ser
negligenciados, pois uma criança aprenderá
melhor e mais depressa quando sentir-se
segura e amada.
Assim, numa relação de aprendizagem é
necessário confiança, quando a criança se
sente querida e respeitada, terá um desejo
maior de aprender. A criança deseja e
necessita ser amada, aceita, acolhida e
ouvida para que possa ter despertadas sua
curiosidade e vontade de aprender.
Através do contato com outras pessoas, a
criança irá construindo suas vivências e
desenvolvendo sua personalidade, cabe aos
adultos, pais ou educadores, a criação de um
ambiente que proporcione um bem-estar
emocional e relações interpessoais positivas.
As relações no grupo favorecem a
solidariedade, desenvolvendo o sentimento de
respeito ao outro, aos interesses da
coletividade e às responsabilidades de uma
sociedade que está em constante
transformação.
Buscar valorizar o que cada um tem de bom e
tratar os pontos fracos como superáveis,
permite que aprendam a respeitar-se e
respeitarem as diferenças de pensamentos e
capacidades dos outros.
Para que o sujeito demonstre empatia,
aprenda a respeitar diferentes opiniões, a
aceitar maneiras diferentes de ser e fazer,
é preciso que veja isso acontecendo com ele
mesmo. Quando aprende a reconhecer e
entender seus próprios sentimentos, fica
mais fácil tornar-se responsável por suas
atitudes, pois o desenvolvimento da
afetividade é fundamental para que possa ser
feliz e capaz de conviver em harmonia com as
outras pessoas.
REFERÊNCIAS
ASSMANN,
H. & MO SUNG, J. Competência e
sensibilidade solidária: Educar para
a esperança. Rio de Janeiro: Editora
Vozes, 2001.
WERNECK, H.
Educar é sentir as pessoas.
São Paulo: Ideias e Letras, 2004.
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