Reflexão 2
O erro e os lápis
de cor em Ramain-Thiers
Elisabete Coimbra Cerqueira |
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O ERRO E OS LÁPIS DE COR EM RAMAIN-THIERS
Elisabete Coimbra Cerqueira
Mestre em Letras. Psicóloga. Pedagoga.
Psicopedagoga Institucional.
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers.
O erro é ação. Se errou é porque está inteiramente
vinculado ao trabalho, está vivo, agindo e em processo.
Errar mostra que tentou uma saída e criou alternativas
para acertar.
Socialmente errar provoca chamadas de atenção, críticas
de si mesmo e dos outros sugerindo desqualificação e
incapacidade. O sujeito que erra se aventurou, se
arriscou, se perdeu, mas buscou, investiu, produziu e
encontrou um caminho.
Ao entrar em contato com a proposta em Ramain-Thiers, o
sujeito projeta os seus conteúdos inconscientes,
independentemente da sua vontade.
Autilização dos lápis na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers tem a função de viver experiências
emocionais. Obedece a seguinte simbologia: lápis preto
começando a proposta e seguindo do início até ao fim sem
errar; lápis vermelho se errou; lápis azul se errou pela
segunda vez e lápis verde se errou novamente. Assim
sucessivamente, o sujeito caminha na realização da
proposta.
Ao realizar a proposta, nem sempre o sujeito percebe o
erro. A tentativa é continuar buscando a finalização
correta.É claro que o desenho possui um caminho a ser
percorrido, o qual leva ao acerto.Esse caminho,
geralmente somente é percebido pelo sujeito, quando o
desenho não encontra o seu início, ou seja, não se
completa.Penso, que nesse momento ocorre, uma verdadeira
avalanche de sentimentos, justamente pela história do
sujeito e a interferência da mesma no social denunciando
a incompetência na realização das tarefas.
Na troca de lápis, na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, acontece a marca do trajeto, que não será
apagado, mas retomado sempre que for preciso.
O refazer, buscar a saída, pensar e criar oportunidades
é o caminho da metodologia.
Errar é estar presente na vida, no seu próprio movimento,
na sua históriacom autenticidade. Errar e provocar a
troca de lápis funda o contato com algo de si conhecido,
mas que não quer reconhecer. A metodologia Ramain-Thiers
quebra a onipotência do acerto e provoca o encontro de
si mesmo, num crescimento contínuo. Amplia a produção.
Não apaga. Constata e retoma a ação.
Referências
ZIMERMAN, David. Os quatro vínculos: amor, ódio,
reconhecimento na psicanálise e em nossas vidas. Porto
Alegre: Artmed, 2010.
THIERS, Solange. Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers:
uma leitura emocional, social e corporal. In: DUARTE,
Angela Maria de Albuquerque,
THIERS, Elaine, CERQUEIRA, Elisabete, ORLANDO, Jussara Teixeira,
FACHINNI, Maria Cristina Soares. 2 ed. Ver. E atual. São Paulo: Casa
do Psic
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