Artigo 1
Pensando o
Ramain-Thiers numa perspectiva de integração entre o ser
e o fazer
Berenice Ferreira
Leonhardt de Abreu |
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PENSANDO O RAMAIN-THIERS NUMA PERSPECTIVA DE INTEGRAÇÃO
ENTRE O SER E O FAZER
Berenice
Ferreira Leonhardt de Abreu
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers
Falar do Ramain-Thiers dos pontos de vistas:
motor, cognitivo, emocional e social, todos nós que
passamos pelo processo de formação vivenciamos e sabemos
o que sentimos durante os exercícios; porém o que tem me
surpreendido no trabalho com crianças cada vez mais
desorganizadas, é a capacidade de integrar e transferir,
num tempo relativamente pequeno, para os demais
ambientes, aquilo que puderam vivenciar nas sessões onde
a metodologia foi aplicada.
Simonne Ramain apostava que os exercícios
que havia criado eram capazes de modificar os sujeitos
que se submetiam aos mesmos. Os quadriculados, os
pontilhados, os recortes, as cópias, as simetrias, os
mosaicos, entre outros tipos de vivências, agiam num
trabalho de atenção seletiva constante. Isto ela
constatou em si própria e mais tarde nos indivíduos que
pediam para passar pela experiência, até desenvolver uma
formação que continua até os nossos dias.... No entanto,
o que ela não sabia, na época em que os criou, era o
alcance de cada experiência vivida pelo sujeito. Ela
costumava dizer que a sua metodologia não era para todos,
principalmente para os sujeitos muito comprometidos,
porque seria como construir castelos na areia....
Atualmente já não compartilho desta afirmação, porque
como citei acima, tenho trabalhado com crianças e
adolescentes com sérios comprometimentos emocionais e
neurológicos.
Com a minha formação em psicanálise, fui
percebendo na prática, que os exercícios serviam para
despertar no indivíduo as dificuldades e frustrações
pelas quais evitava se envolver com medo da comprovação
que era incapaz, tanto no sentido da competência geral,
como em lidar com tais sentimentos. Este é um dos
sintomas que acompanha as crianças que não conseguem se
adaptarem aos currículos escolares vigentes, por
privilegiarem a média do desenvolvimento padrão humano e
não o potencial de cada sujeito. Aparecendo outros
sintomas: agressividade manifesta, dificuldade de
relacionamento, fobias, sentimentos de inferioridade,
ganhos secundários, etc.
A mãe de uma criança de oito anos veio me
contar da sua participação da reunião de pais e mestres;
a professora relatou-lhe os progressos do filho em todas
as áreas de aprendizagem e no relacionamento com os
colegas, e segundo a mãe, estava mais calmo em casa.
Fiquei pensando em várias coisas: no
conceito de “A Falha Básica” de Michael Balint (1969);
sobre o “Ser e Fazer” – enquadres diferenciados na
clínica winnicottiana de Tânia Aiello Vaisberg (2004); e
o conceito de “Vigilância” de Simonne Ramain (1970/72).
A origem da falha básica, para Balint, pode
ser investigada a partir da discrepância nas fases
formativas precoces do indivíduo entre suas necessidades
biopsicológicas e os cuidados materiais e psicológicos,
atenção e afeto recebidos durante importantes períodos.
Causando um estado de deficiência cujas consequências e
efeitos posteriores, parecem ser apenas parcialmente
reversíveis. A causa dessa discrepância precoce pode ser
congênita, isto é, as necessidades biopsicológicas da
criança podem ter sido extremamente exigentes... ou
podem ser ambientais, como os cuidados que são
insuficientes, deficientes, casuais, super ansiosos,
superprotetores, ríspidos, rígidos, muito inconsistentes,
fora do tempo, super estimados, ou simplesmente
incompreensíveis ou indiferentes.
A criança, citada acima trazia a “falha
básica” por uma série de fatores biológicos e ambientais:
o parto foi cesárea porque estava com o cordão umbilical
ao redor do pescoço; permaneceu dois dias na isolete
porque teve icterícia (falhas biológicas); mãe solteira
que ainda mora com os pais; avós que interferem
constantemente no relacionamento entre mãe e filho; pai
pouco presente; criança dormiu na camada mãe até os
cinco anos; a criança se posiciona de modo exigente,
onipotente em alguns aspectos e tem sentimentos de
incapacidade e incompetência na área de aprendizagem (falhas
ambientais).
O “Ser e Fazer” teve sua origem no fato de
se ter podido levar a sério o pensamento de
D.W.Winnicott, segundo o qual todo psicanalista se
defronta, em sua clínica, com duas possibilidades: fazer
psicanálise de acordo com o dispositivo criado por Freud
para atendimento individual de pacientes neuróticos ou
ser um psicanalista fazendo outra coisa, mais apropriada
à situação.
Quando optei em aplicar a metodologia
Ramain-Thiers neste caso, foi porque no diagnóstico o
nível de desorganização em todas as áreas era gritante e
a demanda vinha da escola: não acompanhar o ano escolar
no qual estava inserido. Então, eu precisava fazer algo
diferente, precisava me adaptar a esta situação; não
podia ser uma analista trabalhando somente com a
psicanálise de uma criança que tinha outras demandas
além da emocional, ela não se acreditava, dizia: “Eu
nunca vou tirar um oito, porque eu sou burro! ”
Irei chamá-lo de “Tadeu” para facilitar a nossa
comunicação e compreensão do caso. Eis a conclusão do
diagnóstico realizado em maio de 2014: “Tadeu é um
garoto que apresenta capacidade de aprendizagem, mas que
no momento não está podendo demonstrá-la. Encontra-se
confuso quanto ao que acha que consegue realizar e o que
executa, isto é, com a percepção borrada, ansiedade
elevada, impulsividade e dificuldade em prestar atenção
no seu corpo, os resultados motores não acompanham a sua
projeção, aparecendo o nervosismo e o ‘acting out’.
Na maioria dos testes ficou na mediana
abaixo de seis anos motores, estando regredido em
relação a sua idade cronológica. A causa é mais
neurológica, apresentando também alguns indicadores
emocionais. Quando necessita integrar os dois, sente-se
sem chão e aparecem resultados baixos.
O seu DDA/H foi confirmado pela dificuldade
de perceber o seu corpo e de se relacionar com ele,
aparecendo a afasia, dificuldade de linguagem de quem
não consegue evocar o vocabulário apreendido,
demonstrando repetições ou nomeando fatos ou figuras de
modo inadequado.
O que aliviava a questão da regressão motora/emocional
era o bom prognóstico que apresentou ao aumentar a
mediana de abaixo de seis anos para oito anos motores no
teste de ritmo, demonstrando uma esperança de evolução
se tivesse a assistência adequada para o seu
desenvolvimento.
O sonambulismo, a ansiedade (roer unhas), e
o nervosismo citados pela mãe e avó, são sintomas
identificados pelos testes e que também acompanham o DDA/H.
Recomendei que se buscasse um neuropediatra
para tratar das questões neurológicas, e que fizesse um
trabalho sócio-psicomotor/emocional para reversão do
quadro, podendo se perceber e desenvolver na área motora,
e consequentemente nas demais áreas.
Precisava desenvolver o mais rápido possível
o conceito de “vigilância”, de atenção interiorizada,
entrando em jogo com a disponibilidade e a plasticidade
indispensáveis ao ser humano.
Só tínhamos seis meses de trabalho, levando-se
em conta o número de sessões que esteve presente, até o
momento da escrita deste trabalho e da verbalização da
mãe no relato da reunião da escola. No relacionamento
com a Sociopsicomotricista continuava apresentando as
mesmas dinâmicas de resistência e de transferência
agressivas e onipotentes.
Então, o que havia mudado?
Será permitir que tenha a possibilidade de
vivenciar um ambiente onde possa regredir e experienciar
exercícios, onde sua capacidade e potencialidade são
postas em cheque, constatando que pode enfrentar as
exigências que antes achava estarem além do que poderia
fazer e ser?
“Não cria aquele que impõe, nem aqueles que recebem;
ambos se atrofiam e a educação já não é educação. ” (Freire,
P. – Educação e Mudança – Paz e Terra – São Paulo, 2007 – p. 68)
Com essa frase Paulo Freire nos fala o quanto é
importante deixar que cada um construa o seu próprio
saber. Porém não podemos esquecer que para qualquer
criação é necessário antes se introjetar alguns padrões,
como as suas palavras geradoras. “Ninguém dá aquilo
que não tem”. É necessário, numa primeira etapa,
construir uma base para daí poder se criar. Não consigo
escrever um poema se ainda não consegui juntar letras
para formar palavras.
A metodologia Ramain-Thiers propicia uma
vivência sem imposições, convidando o sujeito a
experienciar o que lhe é proposto. Cada exercício é um
convite ao ser e fazer, cujo resultado não é o mais
importante a ser obtido e sim o que o indivíduo
experienciou ao fazê-lo. Aos poucos a área
neurofisiológica vai mobilizando as funções processadas
no hemisfério direito. E este hemisfério elabora as
informações de uma forma holística, gestáltica, sendo
responsável pelas funções de orientação espacial,
esquema corporal, relações visos-espaciais, síntese
espacial, analogias, música, melodias, ritmo, expressão
de emoções, criatividade dinâmica e elaboração artística,
entre outras funções. Estas funções são de importância
fundamental na complementação das funções processadas
predominantemente no hemisfério esquerdo. Como a
utilização e evocação de material verbal, cálculo,
explicação, descrição, que compõem a atividade chamada
intelectual, e não são suficientemente solicitadas no
processo de desenvolvimento pessoal habitual. Uma
metodologia que mobiliza também as funções do hemisfério
direito irá concorrer para a ampliação das
potencialidades do cérebro como um todo.
A integração estava sendo construída na área
motora, considerando essa área como neurológica, porque
todo nosso potencial de ser e fazer está no movimento.
Quando comprovamos dar conta no que nos propomos a fazer.
Muitas crianças se assustam quando lhes digo que são
inteligentes: “Como se não consigo realizar a maioria
dos exercícios motores? ”. Então eu lhes mostro como
são criativas e conseguem resolver algumas situações
propostas de modo inusitado.
Winnicott acreditava numa psicanálise
diferenciada para aqueles considerados com um
funcionamento diferente dos neuróticos, os psicóticos.
“Estes pacientes não esperam que a análise os torne
mais conscientes, mas aos poucos eles podem vir a ter esperanças de
que lhes seja possível sentir-se reais." (Winnicott
D.W., Natureza humana, Rio de Janeiro: Imago, 1990, p.77.)
Considero o Ramain-Thiers como um “ser e fazer” que
supre a “falha básica” à medida que o analista se coloca,
em transferência, como um objeto que sustenta e dá um
holding diferente do que aquele objeto que provocou, em
realidade ou fantasia, a falha básica.
Nos primeiros momentos o indivíduo olha para
os exercícios com certa desconfiança, porque eles
representam ou lhe lembram as atividades que vivencia em
sala de aula. Porém, conforme vai obtendo êxitos na
execução dos mesmos pede para fazê-los, mesmo que não
sejam mais os mesmos, são parecidos, mas as exigências
vão aumentando e eles vão dando conta. A metodologia
também contribui muito, por não ser contínua, isto é,
ela é como a vida, um constante desafio: fácil, difícil,
complexa, traz obstáculos a serem vencidos, para depois
ser fácil novamente. E sem perceber o sujeito vai
transferindo para a aprendizagem escolar, a mesma
sensação de poder vencer os desafios que antes achava
intransponíveis.
Foi o que aconteceu com o Tadeu, as
dificuldades de leitura e escrita foram sendo superadas,
assim como as de somar, diminuir, multiplicar e dividir.
Já não era a criança que não sabia nada, agora podia
compartilhar com os colegas as suas aquisições, estava
sendo convidado para brincar na casa dos amigos,
arranjou “namorada”, porque podia ser gentil com quem
era gentil com ele. O hemisfério direito estava sendo
trabalhado liberando o hemisfério cerebral esquerdo para
maior plasticidade, A vigilância estava mais presente,
ampliando as percepções.
Do ponto de vista winnicottiano, e em minha
maneira de ver, a cura não é o resultado final do
processo psicanalítico, porque não se trata de curar um
tipo específico de quadro psicopatológico. E sim de
favorecer a ocorrência de experiências que poderão mudar
a forma de ser e fazer criativa e espontânea,
propiciando um sentido único e verdadeiro na existência
do sujeito. Deste ponto de vista, o Ramain-Thiers cria
oportunidades para que o indivíduo, graças ao manejo
psicoterapêutico, possa vivenciar maneiras diferentes de
se perceber, percebendo o outro e o ambiente.
Não acho que Tadeu esteja “curado”, mas
venceu algumas etapas, conseguiu passar de ano e se
integrar socialmente dentro de seu grupo classe. Tem se
mostrado mais preocupado com o outro, querendo realizar
desenhos e pinturas, cartões de Natal que possam
demonstrar a sua criatividade e agradar as pessoas que
convivem com ele.
Balint fala de três possíveis níveis ou áreas da mente:
o do conflito edípico, o da falha básica e a área de criação.
Enquanto a área do conflito de Édipo caracteriza-se pela presença de
pelo menos dois objetos, exceto o sujeito, e a área da falha básica
por um tipo de relação muito peculiar, exclusivamente bipessoal, a
terceira área é caracterizada pelo fato de que nela não está
presente o objeto externo. O sujeito está por sua conta e sua
principal preocupação é produzir algo por si mesmo, que pode ser um
objeto, embora nem sempre o seja. O exemplo mais conhecido é,
evidentemente, o da criação artística. (Balint, M. – “A Falha
Básica, Aspectos Terapêuticos da Regressão” – 2014 – segunda edição
– Zagodini Editora Ltda. – São Paulo – SP – p. 47)
Esta talvez seja a causa de Tadeu ter conseguido evoluir
a nível motor, cognitivo e social e muito pouco no
emocional. Eu simplesmente não existo para ele, só tenho
sentido quando proponho atividades ou tarefas que lhe
interessam e nas quais ele reconhece alguma utilidade ou
onde possa criar. Porque não encontra um objeto externo,
e por isso não se pode desenvolver uma relação
transferencial. Onde não há transferência, nossos
métodos analíticos perdem o seu poder, deixando-nos
limitados a inferências a partir de observações obtidas
depois que o indivíduo abandonou os limites dessa área.
Talvez seja a razão porque me sinta tão
solitária durante o seu atendimento e na maioria das
vezes tentando aplacar a sua agressividade, quando
regride para outra área, para a falha básica. Aí me faz
perguntas do tipo: “Você é do bem ou do mal?!”Ao
que lhe respondo com outra pergunta: “E você, é do
bem ou do mal?!”Ele fica me olhando por um tempo e
depois dá risada, realizando as propostas dadas com
desdém ou xingamentos.
O importante neste momento, é que ele está
podendo interagir em outros ambientes, casa, escola, de
maneira a mostrar o seu potencial e sendo aceito, isto
é, se sentindo real, como diz Winnicott. Se ele me tem
como a possibilidade de regredir e puder vivenciar a sua
“doença” sem se sentir ameaçado, já me sinto gratificada.
O Ramain-Thiers é o objeto, que nos casos de
crianças tão regredidas, permite o fazer e ser, para
depois, num outro momento, possa vivenciar o ser e fazer,
como dona de seu mundo, criando, elaborando e passando
da fantasia para a realidade
Assim, Tadeu, apesar de ter que lutar contra
a falha básica ambiental, que tentava capturar e mantê-lo
como uma criança que não podia e nem deveria crescer,
foi percebendo que permanecer ego sintônico com esta
situação não o favorecia, pelo contrário não saía da
mesmice de ser. A evolução na aprendizagem era pequena,
havia, era notada, mas não correspondia ao esperado para
a sua idade cronológica, pois permanecia imaturo. As
brigas com alguns colegas eram constantes, pois
provocava e não sabia como se defender, ficando como
vítima. A família, achava um horror a escola não
conseguir defendê-lo e orientava-o que xingasse esses
colegas, o que agravava mais ainda a sua posição no
ambiente escolar.
Em transferência, ele apresentava o mesmo
tipo de comportamento, provocando para tentar escapulir
das atividades que pensava ter dificuldade em realizar.
Quando essas situações lhe eram mostradas, acalmava-se e
conseguia executá-las e mostrava-se feliz em poder
constatar a sua competência e o ser e fazer se
presentificava.
Considero fundamental certo tipo de
intervenção que, levando em conta questões cruciais do
paciente, caracteriza-se por meio de um “ser e fazer”,
tornado possível somente quando o clínico pode garantir
sua presença, seu ser, no encontro inter-humano
entendido como favorecimento de experiências mutativas
do viver. Estes tipos de intervenção são: o manejo e o
holding, usadas com frequência na clínica winnicottiana,
deixando a interpretação propriamente dita de lado.
Sustentar o encontro inter-humano é algo que
tem sentido quando se tem fé na capacidade criadora
humana. Significando que o psicanalista aposta no
oferecimento de um ambiente humano suficientemente bom,
que por si mesmo humaniza, simplesmente porque aquilo a
ser proporcionado se articulará com o potencial criador
do paciente.
Tadeu passou a não ficar mais de recuperação
como ocorria frequentemente, e a lutar contra a família
que queria tirá-lo da escola, por considerá-la muito
exigente quanto ao conteúdo e a não protegê-lo contra os
colegas que o agrediam.
No último trimestre em que lhe disse que
iria conversar com as coordenadoras e a professora da
escola, disse-me: “Cuidado com o que você vai falar,
porque eu não quero ser demitido da escola! ”
Nesta reunião, chegamos à conclusão que
precisávamos conversar com a família para que permitisse
que Tadeu crescesse e confiasse em sua capacidade. Houve
uma certa resistência, mas no final acabaram concordando
que não estavam contribuindo para o crescimento da
criança e estavam tentando protegê-lo e que não poderiam
fazê-lo para “sempre”.
Sustentar, para Winnicott, não se confunde
com uma espécie de dar apoio, ignorando a complexidade
da natureza humana ou idealizando de modo piegas o
sofredor, negando aspectos sombrios do ser. Sustentar
exige não apenas uma condição de amadurecimento pessoal
suficientemente boa, a ser conquistada na vida comum,
mas sobretudo uma verdadeira psicanálise pessoal e uma
sólida formação teórica e crítica.
Assim, mesmo tendo uma sólida formação
Ramain-Thiers e formação teórica-clínica em psicanálise,
se não tivesse me aprofundado na minha análise, não
teria condições de atender este tipo de paciente que
requer uma sustentação no encontro inter-humano, sendo
eu mesma e me comportando bem, para servir de modelo
diferente do que estava acostumado em seu ambiente
familiar.
Foi assim que Tadeu percebeu que poderia ser ele mesmo e
não um garotinho que não podia crescer para permanecer e
atender às expectativas familiares.
Em uma das últimas sessões, antes desta
apresentação, ele me falou enquanto realizava um
exercício de desenvolvimento com barbante, atual
percurso: “Gosto deste silêncio, ele me faz pensar! ”
20/10/15
Berenice Ferreira Leonhardt de Abreu
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