Vol. VIII: Vitrais 78 - dez 2015
A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers - ISSN 2317-0719
 
     
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VITRAIS
Vol. VIII: Vitrais 78

                        dez 2015

 

Editorial

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Rubem Alves

 


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PALESTRAS EM FOCO

 

Um encontro de família, apresentação de Elaine Thiers.

Família é constituída por um grupo de pessoas de diferentes idades, que mantém entre si vínculos afetivos intensos, que podem ser positivos ou negativos.

Muitas vezes é necessário um motivo especial, para que a grande família possa se reencontrar, este costuma ser um momento de trocas afetivas intensas, descobertas de mudanças e troca de experiências de vida.

Vamos exemplificar, através de uma festa de aniversário, há toda uma programação, as pessoas são convidadas, é feito um levantamento de todas as necessidades para que o encontro de família possa ocorrer de forma harmoniosa.

É necessário muito cuidado nos detalhes, para que tudo esteja impecável e as pessoas sejam recebidas literalmente para uma festa.

Este ano o Rio de Janeiro comemora 450 anos e a ABRT comemora 25 anos, estes são os motivos bem fortes para que comemoremos de forma singular.

Elaine Thiers. Psicóloga. Psicanalista. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Sócia Titular da ABP. Vice-Presidente da ABRT. Membro da Comissão Científica da ABP. Coordenadora da Comissão Científica do VI Congresso Brasileiro Ramain-Thiers. Professora da Pós-Graduação de Psicomotricidade-IBMR.

 

Esta apresentação propôs a busca de laços e entrelaces entre a literatura, a psicanálise e a sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, com a finalidade de ampliar e enriquecer os vínculos possíveis alcançados pelo sujeito, quando se depara com a leitura, com a escrita, com os próprios sentimentos e a transformação gerada a partir do contato e o compromisso consigo mesmo.

Elisabete Coimbra Cerqueira. Pedagoga, Psicóloga. Psicopedagoga Institucional. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. MS Letras: Literatura Brasileira.

 

 

O termo feminino, tanto para a psicanálise como para outras teorias, tem carga polissêmica remetendo a múltiplas abordagens.

Pensar a feminilidade, sem dúvida, constitui uma direção para compreender o laço social na cultura.

Mudanças ocorridas no campo da sexualidade têm rompido com as fronteiras entre o público e o privado, promovendo deslocamentos do feminino no mundo contemporâneo.

Ao questionarmos como se constituíram e padronizaram os modelos discursivos do feminino e o ideal de feminilidade, na história, teremos a clareza de que foram produzidos a partir de uma posição masculina dominante.

As atuais abordagens sobre a hegemonia do modelo fálico/castrado tecem novos territórios do pensar feminino.

Se o feminino ficou como o outro excluído da civilização ocidental, resgatá-lo é conceber uma metapsicologia da alteridade, que permita transformar o ‘continente negro’ do desconhecido em um continente fértil, criativo e inacabado do devir.

Eliana Julia de Barros Garritano. Mestre em psicanálise, saúde e sociedade. Psicanalista. Psicóloga. Fonoaudióloga. Especialista em Educação. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Coordenadora Ramain-Thiers, RJ.

 

 

Este trabalho fundamentou-se no conceito de “modernidade liquida”, do sociólogo polonês Zigmunt Bauman. O autor argumenta que as relações se misturam e condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis, em um mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz, seja real ou virtual. O século XXI é um mundo de incertezas.

Através da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers entendermos aquilo que nos move, as nossas limitações, nossas forças e também os recursos que dispomos. Conhecimento, respeito, empatia, aceitação e permissão são inseridos em nossos mapas neste caminho de autoadministração mental e emocional.

Passando pela atenção interior planejamos e investimos em ações propostas pelo terapeuta, entrelaçando sensações, conhecimentos, saberes, vidas e emoções num grupo. Ou seja, numa matriz de experiências vividas aprendemos a dosar esforço e abandono, cortar e colar, etc. Ampliamos a confiança em nossas próprias opiniões e competências, percebemos uma fronteira interna pela qual somos responsáveis e ampliamos a consciência para o território da vida.

Maria da Graça Veiga Conceição. Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica. Especialista em Psicomotricidade. Mestre em Psicologia Clínica. Formada em Panlexia. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Coordenadora Ramain-Thiers, Curitiba, PR. e São Paulo, SP. Conhecimento e experiência em Políticas Públicas, CAPS e CRAS. Experiência em atendimento clínico individual e grupal com crianças, adolescentes, adultos e idosos.

 

 

A realização do trabalho com mulheres (que ganham seu sustento nas ruas do Rio de Janeiro) e seus filhos marginalizados, surgiu de uma variedade de ideias da PMM (Pastoral das Mulheres Marginalizadas), que geraram ações coletivas. Uma delas foi a criação de um grupo que se nomeou de: “ Um lugar para brincar e sentir” – Enquanto as mulheres eram assistidas pela equipe de médicos e psicólogos, seus filhos participavam do grupo. Segundo Osorio “ o grupo é o agente de cura e a tarefa se constitui num organizador dos processos de pensamento, comunicação e ação, que se são entre os membros do grupo”.

Como essas crianças evidenciam carências de diversos aspectos, o trabalho com a Sociopsicomotricidade mostra-se bastante indicado, pois privilegia a reparação do objeto interno as funções cognitivas, além de mobilizar sentimentos e afetos, resgatando a autoestima. No setting grupal o trabalho é realizado através da expressão plástica, do trabalho corporal e da verbalização, desvelando o inconsciente e oferecendo condições de serem facilitadores da lei. A transferência lateral e central promove a revivência das relações familiares atualizadas, com as trocas no grupo.

Nesse trabalho focamos no desenvolvimento da criatividade, possibilitando uma transformação do mundo interno. Segundo Thiers, S. , a criatividade é um processo de mudança, onde a criança poderá ser motivada a princípio pela própria desordem, na tentativa de organização do material, espontaneamente surge na relação o momento criador, através desse contato, surge também a motivação, que possibilita a continuidade do processo, tendo condições com o trabalho, de sair do lugar marginal.

Este grupo tem a função de ser continente das angústias e necessidades de cada um, a fim de que as crianças possam ter segurança para reexperimentar e ressiginificar fortes e antigas experiências emocionais.

Propomos uma reflexão acerca do processo grupal, utilizando a Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers no desenvolvimento da autoestima e a autonomia das crianças.

Leila Maggio Teixeira  de Mello. Psicóloga Clínica. Mestre em Psicanálise e Sociedade, UVA, RJ.  Psicomotricista, ABP. Socioterapeuta Ramain-Thiers. Terapeuta de Formação Ramain-Thiers. Formação em Hipnose Ericksoniana, IMHEP.

 

 

Você já viu um balão voando num lindo céu azul? Acompanhou o processo desde o início, de conseguir fazer este balão voar. É uma sofisticada e contínua engrenagem de procedimentos, etapas e finalizações. Mas, uma coisa é básica, é preciso soltar as amarras, os pesados sacos de areia.

Nossa vida psíquica, também é constituída de uma complexa e dinâmica engrenagem de funcionamento. Possuímos inúmeras funções neuropsicológicas que, juntas, resultam num funcionamento psíquico singular, que pode explicitar saúde ou doença. Este funcionamento pode desencadear um voo livre, permeado de alegria, satisfação e energia suficiente para ser possível buscar e percorrer a deliciosa viagem da vida. Ou, podemos como decorrência de impossibilidade de soltar as amarras e, ou, os pesados sacos de areia, ficar presos, imobilizados, impedidos de viver o trajeto da viagem.

Quais são as amarras, os sacos de areia e os medosque constituem o nosso pessoal e intransferível cárcere psíquico?

Elaboramos e, ou, vivenciamos, ao longo da nossa vida, diversos contos, segredos ou histórias que se repetem, como numa saga ou história mística e podem constituir o aprisionamento psíquico, ou, dito de outra forma, as fraturas no funcionamento psicológico.

Leila Janot de Vasconcelos. Psicóloga. Mestre e Doutora emPsicologia Cognitiva. Pós-Doutorado em Psicolinguística. Terapeuta de Formação Ramain-Thiers. Especialista em Psicologia Clínica e Neuropsicologia. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers.

 

 

Vive-se, atualmente, em uma época de transformações que jamais vimos em toda a nossa história sejam das políticas, sociais, climáticas ou econômicas, as mudanças estão nos conduzindo a uma nova era que anseia por novos paradigmas.

A globalização da economia derrubou barreiras e estabeleceu novos padrões de competitividade para as instituições, determinando como principal fator de diferencial o ser humano que carrega consigo a sua história, os seus desejos, a sua bagagem criativa, o conhecimento e a competência na sua aplicação.

O colaborador hoje, tem sido obrigado a desenvolver novos atributos que nem imaginava necessário. E, é nesse sentido, que empresa e colaboradores buscam aprimorar a consciência humana, novas formas nas relações de trabalho, na natureza do trabalho e na relação do homem com esse novo mercado.

A partir desse olhar, surgiu esse trabalho com um grupo de docentes de uma creche filantrópica, com o objetivo de desenvolver as potencialidades individuais, o autoconhecimento, a iniciativa, a criatividade, a independência, a autonomia, promovendo a flexibilidade e proporcionando um novo modelo de relação.

A proposta foi desenvolvida a partir da integração de vivências da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, através de propostas dirigidas, semidirigidas e livres, de formas transitivas formando um vasto material projetivo inserido no contexto do trabalho grupal, que permitiram ao grupo, a possibilidade de refletir sobre si e de seu papel enquanto colaborador: descobrindo formas de se relacionar consigo, com o outro e com o coletivo, dando-lhes condições de vivenciar o maravilhoso e o contínuo processo de dar e receber, enfim, de crescerem enquanto redes sociais.

Os resultados foram satisfatórios pois atingiu-se os objetivos propostos, assim como as verbalizações foram surpreendentes e gratificantes em todos os sentidos redefinindo a cooperação, a identidade, o fortalecimento do grupo e o seu papel social vivido no dia a dia da instituição.

Maria Alice de Santana Resende. Mestre em Educação e psicanálise. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Psicopedagoga. Presidente da APP, PI. Titular da ABPp. Pedagoga. Orientadora Educacional.

Higina Monteiro. Filósofa. Pedagoga. Psicopedagoga Institucional e Clínica. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Coordenadora Pedagógica da Fama Creche Escola.

 

 

Vivemos num mundo globalizado, cheio de estímulos e informações. As distâncias se encurtaram permitindo aproximação de quem está longe. Em contrapartida, nos afastamos cada vez mais de quem está pertinho da gente, inclusive de nós mesmos. Tantos barulhos, sons verbais e não verbais se misturam numa poluição sonora sem fim. Ninguém escuta ninguém. Nem a si mesmo. Os problemas de comunicação aumentaram numa era de tanto recurso e tecnologia. O silêncio já não tem o seu lugar.

Uma reflexão Ramain-Thiers valoriza a QUIETUDE INTERNA e propõe um encontro com a ATENÇÃO INTERIORIZADA de cada um. Através da Sociopsicomotricidade, o corpo pode falar e ser escutado!

Cristiane Castro Alves Braga. Fonoaudióloga. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Coordenadora e Supervisora Ramain-Thiers, GV, MG.

 

 

Existem alguns fenômenos que influenciam os casamentos: Famílias de Origem; A Escolha do Parceiro; Filhos; Sexo; Dinheiro; Projetos, Lazer, Amigos, Diferenças; Traição.

Estes, como outros aspectos do casamento, podem ser motivo de sofrimento, separação e nos recasamentos estes problemas se multiplicam.

Entretanto, apesar da complexidade da relação, nem sempre capaz de ser mudada, o amor e a disponibilidade de investir na situação pode, felizmente, minimizar as dificuldades.

Márcia Elisa Moura de Modesto. Psicóloga. Pós-Graduada em Psicanálise, Socioanálise  e Análise Institucional, IBRAPSI. Pós-Graduada em Terapia Familiar Sistêmica, NP. Especialista em Orientação Vocacional e Profissional. Especialista em Psicodiagnóstico. Membro de Junta Pericial, 30 anos. Experiência Clínica individual e grupal com casais, famílias, crianças, adolescente e idosos, 35 anos.

 

 

Os tempos atuais apontam questões importantes, como assim se revela o processo de medicalização da sociedade. Uma das características desse processo é descaracterizar a soberania subjetiva no que concerne ao cuidado de si e da própria saúde. Este cenário se agrava ao levarmos em conta que tal processo tende a tratar como desordens médicas, situações antes consideradas apenas como expressão da subjetividade. Este trabalho visa refletir sobre o processo acima mencionado sob a ótica da filosofia existencial de Simone de Beauvoir.

Márcia Regina Viana. Professora Col. do PPGCL/UENF. Nutricionista. UFF. Filósofa, UERJ. Doutora em Ética, UGF. Pós Doutora em Cognição e Linguagem, UENF. Professora Adjunta do Curso de Nutrição, UFRJ, Macaé.

 

 

Observamos brincadeiras, desenhos, modelagens, bricolagens e outras técnicas propostas em sessões de expressão artística com crianças indígenas Guarani/Kaiowá, Kadiwéu, Terena e pantaneiras de Mato Grosso do Sul. As crianças se movimentavam e reagiam como se vivenciassem o trabalho como atividades lúdicas. Além disso, acompanhávamos o grupo no recreio e intervalos, na escola ou mesmo nas visitas às famílias. Assim, pudemos observar o seu brincar em várias situações e informações de outros pesquisadores.

Quanto aos desenhos propriamente ditos, foi possível verificar a evolução dos desenhos e semelhanças entre as populações infantis indígenas e não índias e pantaneiras, identificando temas e traços comuns, assim como diferenças significativas, principalmente no uso de cores e formas.

Sonia Grubitz. Psicóloga, PUC, RJ. Comunicação, UFRJ. Mestre em Psicologia Social, PUC, SP. Doutora e Pós- Doutora em Programa de Saúde mental, UNICAMP, SP. Doutorado com status de Pós-Doutorado em Semiótica, Paris, Sorbonne. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Professora e Pesquisadora da UCDB, MS. Membro da RED-ALEC, bolsista de produtividade em pesquisa pelo CNPB. Trabalha com apoio da FIOCRUZ, Ministério da Saúde e outros órgãos públicos.

 

 

A abertura foi feita por Tania Baptista Gonçalves, apresentando uma retrospectiva  e histórico da ABRT, comemorando os seus 25 anos.

Em seguida Solange Thiers, apresentou o entrelaçamento da filosofia com a Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, numa leitura psicanalítica, versando sobre o mito da Alegoria da Caverna de Platão, comparando ao Ser que se permite entrarem sua própria caverna psíquica durante os trabalhos Ramain-Thiers e despertar para a vida, vir a ser.

Solange Thiers. Criadora do Ramain-Thiers, A Sociopsicomotricidade. Psicóloga, Psicanalista, Pedagoga, Sócioanalista. Mestre em Filosofia e Ética, UGF, RJ. Presidente da ABRT. Fundadora, Sócia Titular e Presidente de Honra da ABP. Presidente do VI Congresso Brasileiro Ramain-Thiers, RJ.

Tânia Baptista Gonçalves. Fonoaudióloga. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Fundadora e Sócia Titular da ABP. Sócia de Honra da ABRT.

 

COLEÇÃO
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Volume I
Ramain-Thiers: a vida, os contornos
A re-significação para o re (nascer)
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Volume II
A potencialidade de cada um:
Do complexo de édipo a terapia de casais
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Volume III
A dimensão afetiva do corpo:
Uma leitura em Ramain-Thiers

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Volume IV
As interfaces de Ramain-Thiers

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