EDITORIAL
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Um repórter perguntou à Cora
Coralina, o que é viver bem?
Ela
disse-lhe:
“Eu não tenho medo dos anos e
não penso em velhice.
E digo prá você, não pense.
Nunca diga estou
envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou
velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de
ajuda, eu digo que preciso.
Procuro
sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer
as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e
praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não
dormir de dia.
Também
não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica
mais.
Nunca
digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu
não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa.
Quanto
mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você
vai se convencendo daquilo e convence os outros.
Então
silêncio!
Sei
que tenho muitos anos.
Sei
que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas
não sei se sou velha não.
Você
acha que eu sou?
Posso
dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser.
Filha
dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco
os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus
direitos.
Sei
que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho
consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha
própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho
e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e
determina os fortes.
O importante é semear, produzir
milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro
semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo
o que penso, com esperança.
Penso
no que faço, com fé.
Faço
o que devo fazer, com amor.
Eu
me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.”
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Este ano de 2011
está com sua força total, parece que estamos começando, já
terminamos o primeiro trimestre, iniciamos o segundo e o tempo
caminha no seu tempo. A natureza cada vez mais se manifesta com a
sua força.
Modifica
a terra, paisagens, pessoas e situações.
Precisamos
sentir, cuidar, seguir os dizeres de Cora Coralina, tendo esperança,
fé, amor e sendo melhores a cada dia e ano!
Nesta
edição, contamos com as colaborações de Maria da Graça Conceição na
entrevista, Janet de Souza, enviando a entrevista de Cora Coralina
apresentada no editorial, Vania Assis no artigo: Proposta Corporal
Ramain-Thiers aplicada na Piscina, na reflexão três colaborações: O
Sucesso é ser Feliz de Roberto Shinyashiki, O Medo da Sementinha de
Rubem Alves e A Subjetividade na Contemporaneidade de Elisabete
Cerqueira.
Uma Boa Leitura!
Elisabete
Cerqueira
Diretora
Cultural da ABRT
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