|
ENTREVISTA
com
FÁTIMA ALVES |
|
Entrevista com
Fátima Alves,
Mestre em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente - UNIPLI, Possui
graduação em Fonoaudiologia pelo IBMR - Instituto Brasileiro de
Medicina de Reabilitação - Faculdade de Ciências da Saúde e
Sociais(1982). Psicomotricista, titulada pela SBP,
Sóciopsicomotricista Ramain-Thiers. Atualmente é profª de
pós-graduação e graduação do Instituto A Vez do Mestre. Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em Psicomotricidade,
atuando principalmente nos seguintes temas: psicomotricidade,
educação, inclusão e atividade multidisciplnar. Presidente da
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade – SBP – gestão 2008/2010.
Autora de livros. Ministrante de Cursos, mini-cursos, workhops e
palestras em eventos nacionais e internacionais em Educação,
Inclusão e Psicomotricidade.
Fátima primeiramente é muito gratificante
contar com a sua participação na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers.
Como foi e está sendo na atualidade o seu
trajeto profissional?
Tive a sorte de buscar os caminhos certos. O
que mais me anima e fortalece é que tudo o que busco têm sido
gratificante para cada momento da minha vida profissional. Tive
ótimos orientadores neste percurso e busco até hoje pessoas e
lugares que fornecem sempre estratégias muito boas para que eu
alcance minhas necessidades. Acredito que meu trajeto profissional
já estava traçado, já que aos 6 anos de idade, tendo um pai surdo,
fiz com que ele conversasse comigo através da leitura labial, quando
estava sem o aparelho. Hoje acredito, que já trabalhava a
psicomotricidade, como a própria fonoaudiologia. Continuo sempre
buscando, e nesse momento o que alcancei me deixa muito satisfeita e
feliz. Tenho sempre a preocupação de falar com meus alunos, amigos,
colegas e demais que tudo que fizerem, façam com amor. Querendo de
verdade, fazer aquilo. Fazer com prazer. Posso garantir, que tudo
que alcancei, busco e o que faço, consegui, conseguirei e consigo é
porque tenho amor, prazer e luz para oferecer. Não procuro deixar
para mim apenas, gosto de trocar. Precisamos de forças, precisamos
fazer correntes.
O que é mais marcante para você neste
percurso?
Acredito que tudo, mas sempre existem momentos.
Esses momentos com certeza eu vivi na minha formação Ramain-Thiers.
Quando perdi meus pais, meu irmão (minha família de origem), tive
além da família que construí, meu marido e meus filhos, tive também
a família Ramain-Thiers que me deu o maior apoio que naqueles
momentos eu precisava para me manter estável emocionalmente. Com
certeza eu agradeço. E creia Elisabete você foi uma pessoa muito
importante na minha vida. Obrigada a todos.
Como se deu o seu encontro com a Sociopsicomotricidade Ramain Thiers
e para você qual a importância desta Formação?
Minha primeira formação é Fonoaudiologia e logo
após comecei a fazer algumas pós e uma delas, que foi em
psicomotricidade, tive o privilégio de conhecer Martha Lovisaro, que
foi minha professora nesta pós. Num dos nossos momentos ela me
dirigiu a palavra dizendo que seria muito bom eu fazer uma formação
e me indicou o Ramain-Thiers. Com certeza eu precisava fazer aquele
curso, conhecer a Martha e chegar ao Ramain-Thiers. A importância
desta formação, não foi apenas para me dar uma base na minha vida
profissional, mas na minha vida por um todo. Sempre quando alguém
fala para mim: “Queria ser como você”, eu respondo: “Faça o
Ramain-Thiers”.
Quais os lugares que você tem prestado a sua colaboração
profissional?
Tive o privilégio de estar a frente em muitos
lugares. Fiquei na Sociedade Pestalozzi do Brasil durante 21 anos,
onde aprendi muito. Forneci e forneço trabalhos, orientações e
supervisões em algumas entidades educacionais. Ministro cursos,
mini-cursos, workshops, palestras em eventos nacionais e
internacionais. Sou contratada por algumas entidades para ministrar
trabalhos fora do Rio de Janeiro. Atualmente sou presidente da
Associação Brasileira de Psicomotricidade, minha gestão irá até
2010. Sou docente dos cursos de graduação em pedagogia e
pós-graduação em psicomotricidade, educação infantil e educação
inclusiva do Instituto A Vez do Mestre (IAVM). Sou docente
conteudista do IAVM em cursos à distância.
Você escreveu alguns livros, poderia descrevê-los para nós? Como
foi esta experiência?
Todos os meus livros têm uma história.
Escrevi 4 livros e participei de alguns. O meu
primeiro livro, Psicomotricidade: corpo, ação e emoção, foi feito
com o maior carinho. A intenção foi que todos que o lêssem,
independente da sua formação, pudessem entender o que é a
Psicomotricidade. Fico satisfeita que este propósito foi alcançado.
Ele é indicado para os cursos de Educação Física e Pedagogia. O
segundo, Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande
desafio, foi escrito porque sempre lidei com a inclusão, vivi a
inclusão com o meu pai em muitos momentos. Só que para mim todos
precisavam ouvir falar disso e saber o que realmente é a inclusão.
Tive o privilégio de obter dados através de depoimentos fabulosos de
alguns alunos do meu curso de Inclusão na época. Sempre tive a idéia
de não deixar nada comigo, meus conhecimentos sempre quis trocá-los
e sempre almejei ajudar, foi aí que surgiu a idéia de organizar o
terceiro livro. Escolhi alguns ex-alunos e convidei uma colega para
ajudar a fazê-lo. É um sucesso, este já foi indicado para Portugal.
Os três já estão em adiantada edição. Mais uma vez, vivenciando um
mundo que gosto muito e que trabalhava na época, não poderia deixar
de falar sobre a Síndrome de Down. Este livro também tem uma
história interessante e bonita. Nesta época eu tinha uma aluna que
engravidou e descobriu após o nascimento que ele era Down. Ela me
telefonou perguntando o que faria? Eu lhe respondi: “Seja mãe”.
Infelizmente Mateus ficou apenas 6 meses conosco e eu não poderia
deixar de dedicar este livro a ele. O livro se chama: Para Entender
a Síndrome de Down.
Atualmente tenho projetos, já prontos e
semi-prontos, para novos livros. Em breve sairão três. Aguardem.
A experiência de fazê-los foi fabulosa.
Na atualidade você tem uma atuação muito significativa na
Sociedade de Psicomotricidade, o que tem vivido nessa experiência ?
A Sociedade é uma entidade que vem fornecendo
atividades durante 29 anos. Atualmente, como presidente tenho tido o
cuidado de dar continuidade aos trabalhos das gestões anteriores.
Minha maior preocupação é oferecer oportunidades para que cada
profissional consiga mostrar a sua habilidade e seu conhecimento.
Administrativamente, infelizmente não tive muita sorte para fornecer
um bom trabalho. Mas estou feliz porque, consegui resgatar muitos
colegas que há muito não tínhamos a oportunidade de ouvi-los ou
mesmo de vê-los. Dei oportunidade também de trazer para a Sociedade
algumas pessoas que têm contribuído muito. Nesta gestão tivemos a
oportunidade e o privilégio de ter na Comissão Científica, pessoas
que deram nome, lutam e brigam pela Psicomotricidade, como Solange
Thiers, Beatriz Saboya, Regina Morizot, Izabel Bicudo e Marília
Bitencourt. Izabel e Marília que com suas experiências anteriores de
Sociedade nos têm ajudado muito. Nesse momento estamos lutando pela
regulamentação desta profissão que há quase 30 anos tem demonstrado
sua importância e que gestões anteriores sempre buscaram também esta
regulamentação. A experiência é gratificante porque nos oportuniza
oferecer algumas oportunidades. No momento temos dois grandes
movimentos. Formatar o XI Congresso, que acontecerá em 2010 e o
projeto da Regulamentação. Espero que eu consiga junto a diretoria
oferecer a acessibilidade a todos para mostrar seus trabalhos com a
Psicomotricidade. Esse de fato, é um dos nossos grandes objetivos.
Fátima estamos aproximando do XI Congresso Brasileiro, deixe para
nós alguns detalhes?
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade,
órgão responsável pela divulgação e atualização da Psicomotricidade
em nosso país, está organizando o XI Congresso Brasileiro
“Dialogando com a Psicomotricidade no Brasil: Meio Século de
História e Três Décadas da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade”
como uma forma de situarmos concretamente a produção científica
desenvolvida no Brasil nos últimos 50 anos e mapear a atuação deste
profissional, de forma a legitimar a importância e o papel social
desta profissão. Este Congresso, em particular, vem marcar, ainda,
os 30 anos da SBP. Promover a divulgação e o intercâmbio de
experiências brasileiras e internacionais na área, bem como tornar
mais visíveis as relações com áreas afins e com teorias
contemporâneas; Avaliar o impacto da psicomotricidade na sociedade
brasileira nas áreas da educação e saúde e nas áreas afins; Abrir
caminhos para publicações de âmbito nacional e internacional;
Estimular o desenvolvimento acadêmico da área.
Contamos com a presença de todos neste grande
evento. Marquem em suas agendas.
Fátima de coração agradecemos por esta preciosa entrevista, onde
pudemos conhecer uma pouco mais da sua história, saber que pudemos
fazer parte dela e desejar a você muito sucesso em todos os seus
desejos e aspirações.
|
|
COLEÇÃO
RAMAIN-THIERS
Leia o livro digital que você deseja
------------------------------------------------
------------------------------------------------
Volume I
Ramain-Thiers: a vida, os contornos
A re-significação para o re (nascer)
------------------------------------------------
Volume II
A potencialidade de cada um:
Do complexo de édipo a terapia de casais
------------------------------------------------Volume
III
A dimensão afetiva do corpo:
Uma leitura em Ramain-Thiers
------------------------------------------------Volume
IV
As interfaces de Ramain-Thiers
|