Literatura
Ética Pública: O Princípio do “Interesse bem
Compreendido” Segundo Alexis de Tocqueville
Por: Solange Thiers
Solange Thiers:
Psicóloga. Pedagoga. Fonoaudióloga.
Psicanalista. Especialista em
Psicomotricidade. Mestre em Filosofia e
Ética. Autora. Criadora da
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers.
A formulação e a discussão sobre ética
pública começam a existir para Alexis de
Tocqueville na interligação do fenômeno do
pauperismo e da noção de interesse. O tema
filosófico e político no autor passam,
necessariamente, por uma abordagem
humanística e liberal. A compreensão e
percepção de uma abordagem conciliatória nas
ideias aparentemente contrastantes do autor,
no que se refere aos desafios da democracia
Liberal, traz uma peculiaridade sobre a qual
a hipótese foi desenvolvida.
A formulação de uma ética pública, segundo
Alexis de Tocqueville, no sentido da noção
do “interesse bem compreendido”, deve se
processar em meio ao desenvolvimento de um
sentimento de solidariedade, de fraternidade
e de benevolência, e o meio indicado para
isso é a Democracia Liberal.
A noção do “interesse bem compreendido” une
uma noção de teoria e prática política que
seria, pedagogicamente, ensinada ao povo
pelo exercício da cidadania e pela
manutenção dos costumes no desenvolvimento
da virtude pública. Isto seria alcançado
através de uma prática igualitária, que tem
a religião como tela, onde se delineiam os
traços de uma aquarela onde os interesses
criam uma imagem formada pela conciliação de
interesse individuais e coletivos. A
conciliação de interesses individuais e
gerais, tendo a religiosidade como
referência, preserva a democracia e a
liberdade, além de favorecer a felicidade
dos indivíduos.
[...]. Dessa forma, Tocqueville torna-se um
pensador político diferente, justamente por
defender, nos “liberalismos democrático”, os
aspectos individuais e públicos conciliados.
A liberdade moderna busca a segurança do
indivíduo e a defesa do bem público,
enquanto a liberdade dos antigos fortalecia
a noção de participação política, onde a
democracia era concebida pela decisão dos
homens reunidos em praça pública, sem a
legislação ou a representatividade.
A livre escolha do que é bom, já outorga ao
homem e aos povos uma vida produtiva feliz.
O valor do viver não está só na conquista,
mas, também, no processo de vida desta, na
forma solidária e fraterna como se
desenvolve a vida social nos povos e na fé
no progresso, bem como na capacidade de
atravessar os fenômenos adversos do existir.
Ser livre, tal como Tocqueville prescreve, é
encontrar não só a felicidade de uma
sociedade, mas, também, respeitar a
legislação como um conjunto de princípios
divinos instalados para garantir a ordem e a
paz dos homens.
REFERÊNCIAS
THIERS,
Solange. Ética pública: o princípio do
“interesse bem compreendido” segundo Alexis
de Tocqueville. Londrina: Edições Cefil,
2003. P. 142 a 149.
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