Artigo
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers
Minicurso
no XV Congresso Brasileiro de
Psicomotricidade,
II Congresso Internacional da Associação
Brasileira de Psicomotricidade
2022
Por: Elaine Thiers e Elisabete Cerqueira
Elaine Thiers
Coautora da Metodologia
Ramain-Thiers, Presidente da Associação
Brasileira Ramain-Thiers – ABRT,
Psicomotricista Titular da Associação
Brasileira de Psicomotricidade - ABP,
Psicóloga, Psicanalista,
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers,
Especialista em Psicomotricidade pelo
Conselho Federal de Psicologia, Especialista
em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal
de Psicologia, Pós-graduada em Psicologia
Clínica e Infantil pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, Pós-graduada em
Psicologia Jurídica pela Universidade
Cândido Mendes, Terapeuta de Formação e
Supervisora da Metodologia Ramain-Thiers,
Autora de Livros e Organizadora de Eventos
Científicos.
Elisabete Cerqueira
Pedagoga, Psicóloga, Sociopsicomotricista
Ramain-Thiers, Psicopedagoga Institucional,
Psicanalista, Mestra em Letras: Concentração
em Literatura Brasileira, Diretora Cultural
da Associação Brasileira Ramain-Thiers –
ABRT, Editora Responsável pela Revista
Eletrônica VITRAIS – ABRT - ISSN –
2317-0719, Terapeuta de Formação e
Supervisora da Metodologia Ramain-Thiers,
Autora de Livros e Organizadora de Eventos
Científicos.
Agradecemos imensamente a
oportunidade oferecida pelo XV Congresso
Brasileiro de Psicomotricidade e II
Congresso Internacional da Associação
Brasileira de Psicomotricidade, para
apresentar o Minicurso da
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers.
História
A Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers tem entre as suas bases, o
Método Ramain, oriundo da França, em 1968,
desenvolvido por Simonne Ramain,
experimentado, numa direção exclusivamente
pedagógica.
Solange Thiers, criadora da
metodologia Ramain-Thiers, foi convidada por
Simonne Ramain, em 1972, juntamente com
Maria Angela Kallás, para desenvolver a
técnica no Brasil, priorizando assim, as
questões da realidade Brasileira. Diante
disso, foi preciso ampliar os estudos e as
aplicações clínicas para um maior
conhecimento teórico, uma vez que a
experiência provou a necessidade de mudanças,
pelas diferentes respostas e questionamentos
dos sujeitos.
Assim, Solange
Thiers, que na ocasião era terapeuta da
palavra, curso este, mais tarde designado
Fonoaudiologia, foi aprimorar seus estudos
cursando: Pedagogia, Psicologia,
Socioanálise, Psicanálise e Mestrado em
Filosofia e Ética.
A partir de 1980
a Psicomotricidade, já começa a perceber o
corpo traduzindo um psiquismo e o seu
simbolismo, presentes na motricidade. Tudo
isso se deu, com o objetivo de embasar as
experiências vividas pelo sujeito, em função
da sua prática e percepção na clínica, que
apontava a dimensão de um psiquismo
manifesto nas novas formas de perceber esse
sujeito único, que se apresenta: com um
corpo, um emocional e um social.
Em 1991
acontece o corte epistemológico, com a
apresentação ao mundo científico. Duas
décadas de trabalho com método Ramain levou
a criação da Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, uma metodologia Brasileira,
totalmente diferenciada do método Ramain.
Com embasamento teórico de Solange Thiers,
colaboração de alguns profissionais e
traduções do grafismo com os desenhos de
Heitor Thiers, foram criados os Orientadores
Terapêuticos Thiers. A escolha do hífen, que
se apresenta em Ramain-Thiers, simboliza a
ligação de gratidão e respeito à Simonne
Ramain
Para ser Sociopsicomotricista
Ramain-Thiers, ou ser Terapeuta com
responsabilidade é indispensável, vivenciar
o processo psicoterapêutico através da
técnica, para poder se conhecer e assim ter
condições de aplicar a sutil relação dessa
singularidade que é o processo da construção
do sujeito social, como também, o próprio
processo.
Observamos que para ser Terapeuta
Ramain-Thiers é fundamental o reconhecimento
de características pessoais, vivências na
formação pessoal, como também se perceber
como sujeito faltante, em busca e em direção
ao desejo, no sentido de realização ou
satisfação de um anseio inconsciente, de
ocupar com propriedade a sua escolha.
É preciso, além
do processo pessoal, reconhecer as sutilezas
de ação: a formação pessoal; a teoria; a
técnica; a prática supervisionada.
A duração da
Formação em Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers se dá em no mínimo 24 meses.
Solange Thiers,
(2016) declara:
No entrelace da filosofia, psicanálise e
Ramain-Thiers, podemos encontrar na
sociopsicomotricidade elos, que interligam o
presente ao passado com a preocupação de
formar a pessoa: o “ser” que na vida será um
cidadão. Nos homens de hoje desapareceram os
vínculos amorosos, que sustentam o viver e
para conhecer o “ser” somos levados a passar
por concepções filosóficas através do tempo.
(PRISTA, 2016, p. 27).
Formação Pessoal
A
importância do conhecimento de si mesmo, com
sustentação teórico e técnico, que facilita
essa compreensão da própria história e
permita trabalhar com segurança, propriedade
e sensibilidade.
Para que?
Como
escrevem, (1981), Ivan Lins e Victor Martins
em: “Daquilo que eu sei”
Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...
Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...
Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah!
Eu usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
O que é
essencial na formação do
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers é o
processo terapêutico, ao qual se submete,
que deve ser efetivo, pois, ao passar pelas
propostas, sejam plásticas, corporais ou
verbais, o terapeuta em formação, desprovido
de conceitos e pré-conceitos, precisa entrar
em contato e viver a complexidade das suas
emoções, motivações, sintomas, fantasias
conscientes e inconscientes.
A melhor
introdução ao conhecimento humano é a
descoberta, de que em algum lugar dos seus
pensamentos, o terapeuta pode encontrar
palavras, lembranças, visões, razões,
histórias e pensamentos similares à sua
escuta, ou melhor, similares à sua própria
história.
Para
conseguirmos aprofundar na história do outro
é indispensável o desejo, o preparo e o
mergulho na própria história,
ressignificando assim, as dores e as
experiências de cada um. Cada terapeuta só
consegue lidar emocionalmente e até mesmo
conhecer as próprias questões, trabalhando
os seus limites. Assim o
Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, passando
pelo processo da Formação Pessoal, do
profissional, que é Psicoterapia de Grupo,
se tornará competente para atuar
individualmente ou em grupo, reencontrando
questões essenciais de sua vida.
O lugar
significativo da Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, percebido por Solange Thiers,
(1980) compatível com a realidade
Brasileira e estabelecido pela sua práxis
psicomotora, psicanalítica, filosófica e
ética, constrói uma identidade do sujeito e
do social. Com essa visão de sujeito,
inserido no mundo é possível transcender,
oferecendo possibilidades de mudanças de
ação e de discurso, para viabilizar a
criatividade, a auto-observação e a
introspecção.
Na Formação
Pessoal, o processo de psicoterapia do
Sociopsicomotricista, abrange os momentos:
atividades plásticas, trabalho corporal e
verbalização.
A duração da
Formação Pessoal é de 150 horas,
distribuídas em cinco módulos de 30 horas.
Atividades Plásticas
As atividades
plásticas utilizam os materiais
intermediários: lápis de cor; papeis de
diferentes diagramações; tesoura; alicate;
cola; durex; arames entre outros, como
instrumental, para facilitar a emergência de
conteúdos inconscientes. Esses materiais
evidenciam a atualização do mundo simbólico
e surgem como “objetos transicionais” (Winnicott,
1951), representando fenômenos universais,
objetos de conforto, características do
desejo do sujeito de se comunicar.
Nas atividades
da formação, quando ocorre um erro, nunca é
utilizada a borracha. A correção acontece
através do uso dos lápis de cor, de forma
saudável, proporcionando uma reparação
psíquica do seu processo.
Solange Thiers,
(1998, p.29) afirma que o erro vivido na
situação do trabalho emocional é a
possibilidade de atualizar na dinâmica da
personalidade, um processo infantil, que
projeta suas questões, pela quebra de defesa
e racionalização.
A
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers possui
livros exclusivos, denominados orientadores,
específicos por idade, para formação do
profissional.
As atividades
são organizadas e classificadas baseadas nas
etapas da evolução psicossexual,
características da sexualidade infantil.
O estudo das etapas da evolução
psicossexual é importante no entendimento da
psicopatologia, que vem à tona no
atendimento clínico, como também, na ação
dinâmica do processo, ou seja, o impacto dos
estímulos externos e dos estímulos internos
pressionam o aparelho psíquico e assim
haverá a possibilidade de fugir da pressão
ou não.
Abraham começa investigar os
traumas infantis e Freud abraça a ideia
pensando sobre os instintos de
autoconservação. Freud observou, que ao ser
alimentado, um bebê não tem satisfação
desses instintos e sim tem a necessidade de
aconchego, ficar no colo ou chupar o dedo.
Os instintos sexuais não
comprometem a vida do sujeito, pois podem
ser satisfeitos ou não, totalmente diferente
dos instintos de autoconservação
imprescindíveis no desenvolvimento.
A sexualidade infantil é composta
por impulsos parciais e está interligada com
a organização do desenvolvimento. Não tem
conexão com a sexualidade adulta que é
totalmente genital.
Na fase oral todas as excitações
estão na boca e o seio materno ou a sua
substituição é tudo que vai satisfazer não
somente a alimentação, mas outras
necessidades que oferecem prazer.
Abraham dividiu a fase oral em
dois tempos:
Oral primário ou sucção, que vai até mais ou menos
06 meses de idade. Esta fase também pode ser
chamada de fase pré-ambivalente, estágio
narcísico primário ou estágio anaclítico.
Neste momento basicamente predomina a ideia
de que o bebê ainda se encontra no útero.
Oral secundário ou canibalístico, que vai de 06 meses
até 01ano e se caracteriza pelo nascimento
dos dentes e o morder. O bebê começa a se
vincular com o mundo exterior. É o tempo da
dependência, ausência, espera, afastamento,
destruição, ataques, prazer e desprazer,
amadurecimento sensório motor.
Entre 01 e 02 anos é o tempo
do desmame, de definitiva separação da
fonte alimentar e do prazer.
A fase anal, que se dá entre 02
e 03 anos, estão presentes as funções do
engatinhar, andar, linguagem, função
esfincteriana: expulsão e retenção. A mãe
permanece como objeto fundamental, porém não
somente na função de alimentar, dar
aconchego e conter, mas com interesse na
capacidade da criança controlar os
esfíncteres, as mãos, os deslocamentos
espaciais etc. Assim tudo que tentar
manipular, também tentará controlar. O
controle e a manipulação de objetos e até do
pensamento, está ligado aos neuróticos
obsessivos.
O medo de ser deglutido na fase
oralé substituído na fase anal, pelo medo de
ser despojado, arrancado, esvaziado.
O valor de troca entre a criança e
o mundo exterior são as fezes oferecidas ou
recusadas e no mundo adulto o dinheiro.
Abraham dividiu a fase anal em:
expulsiva e retentiva.
Na fase anal expulsiva estão as agradáveis
sensações na zona anorretal, ou seja, na
eliminação das próprias fezes como um
presente para satisfazer os desejos dos
outros, agradar, conquistar, manter o
carinho, demonstrar afeto.
Na fase anal retentiva a sensação de prazer está
em reter as fezes, entendido como
hostilidade aos pais, agressão, poder,
sentimentos de onipotência, superestimação
narcísica, posse, sadismo, masoquismo,
ambivalência, atividade de passividade,
dualidade.
A fase fálica ocorre no
terceiro ano de vida, onde os órgãos
genitais concentram uma energia pulsional. O
órgão anatômico masculino adquire um valor
de existência tanto para o menino, quanto
para a menina.
Nesse momento o desenvolvimento
psicossexual se dá em subetapas, segundo
Fenichel, como um período intermediário
entre a fase anal e a fase fálica e a urina
terá a mesma função das fezes, ou seja, terá
o mesmo prazer de expulsão e retenção. A
micção, tanto nos meninos, quanto nas
meninas terá significado fálico ou até
sádico e será equivalente a uma penetração
com fantasias de destruição, domínio e
controle.
Nesse período do desenvolvimento
sexual, aparece a masturbação infantil,
exacerbado pelas preocupações sociais de
limpeza, a excitação natural da micção, que
já existia nas etapas anteriores como o
sugar, os banhos, troca de fraldas, passeios,
entre outros.
A curiosidade sexual se institui: na
descoberta das diferenças anatômicas; na
cena primária; na escopofilia.
A descoberta anatômica dos sexos,
tanto nos meninos quanto nas meninas, causa
uma angústia enorme, pois mostra a
desigualdade, a ilusão de que todos são
iguais, a perda narcísica e por isso sempre
é negada. A visão do próprio corpo e do
corpo diferente vão lentamente progredindo e
se tornando realidade. Assim as fantasias
criadas pela criança serão transformadas em
posições ocupadas no mundo. Desejos até
agora satisfeitos passam a ser negados e se
encontram no Complexo de Édipo.
A cena primária é uma
fantasia ou uma teoria, que existe na
criança, de que foi testemunha do
relacionamento sexual dos pais. Seria uma
ideia de origem do sujeito e que não é a
única, pois existe a fantasia de sedução e
existe a fantasia de castração. Em todo esse
drama, incluído na constituição da
singularidade do sujeito está a
identificação, a projeção de sentimentos de
raiva e de desespero, o sentimento de
exclusão e abandono na posição do terceiro
excluído.
A escopofilia ou voyerismo
está no desejo da criança de penetrar no
relacionamento íntimo dos pais. É apenas um
desejo de entender as origens da sua
alteridade.
As teorias sexuais infantis ou
fantasias são respostas à um conjunto de
hipóteses criadas pelas crianças,
relacionadas ao próprio corpo, lugar e fonte
das pulsões, no contato e como desejo de
outros corpos. Se expressam num conjunto de
fantasias pelo contato:
Teoria da Fecundação Oral
é a crença de que a
gravidez foi por ingestão de um alimento
fantástico ou pelo beijo.
Teoria da Fecundação Ano-Uretral é a crença de que a
gravidez se dá no urinar e defecar em
contato com outra pessoa.
Teorias Visuais da Fecundação seriam crenças de que a
gravidez acontece na exibição simultânea ou
sucessiva dos órgãos genitais.
Todas essas teorias são parecidas
quanto à anatomia e à fisiologia da cópula,
são fantasias narcísicas, especulares,
poisainda não existe distinção entre os
sexos.
O parto anal tem as suas
origens na sensação e visão do ato de
defecar, teoria cloacal, como um produto que
nasce do sujeito.
O coito sádico compõe os fenômenos
projetivos, fantasias imaginárias que dão
embasamentos depois de sucessivas
transformações, às fantasias do Complexo de
Édipo.
O aspecto narcísico e pré-genital
da fase fálica se trata:
Pênis
que é o órgão anatômico e sensível masculino.
Falo
que ao contrário é um símbolo, não sensível
e abstrato. Assim o Falo é uma fantasia que
condensa a posse e uma potência do ser.
A posse real e concreta de
um pênis dá ao sujeito uma ilusão-fetichista
de possuir um falo.
A ilusão narcísica é o
último tempo do narcisismo, ou seja, a
compreensão de que existem outras pessoas
além de si mesmo e a compreensão de presença,
ausência, potência e fraqueza, decorrente da
falta.
A descoberta e a sua negação
nesse período estão relacionadas a
impossibilidade de aceitar a falta. No
menino aceitar a falta simboliza perder,
castração e na menina essa aceitação
simboliza aceitar a castração. Ambos ainda
vivem a fantasia da existência de um único
sexo.
A angústia de castração se
dá pela observação e constatação das
diferenças. É universal, ninguém escapa de
viver essa angústia, que se trata da
angústia de morte e faz parte do
amadurecimento psicológico do sujeito.
No menino depois que
descobre as diferenças entre os sexos,
primeiramente tenta rejeitar essa
possibilidade. Essa recusa pode vir a ser
origem das perversões e psicoses.
Após a rejeição da realidade, num
segundo momento, o menino fantasia a
ausência como mutilação imposta pelos pais
para castigar desejos e prazeres proibidos.
Num terceiro momento, o menino se
recusa a reconhecer que todas as mulheres
não possuem um pênis, fantasiando que sua
mãe possui um pênis imaginário que simboliza
a potência adulta e assim não sofrerá as
penúrias da castração, ou seja, o castigo.
Na menina, inicialmente e
praticamente tudo é ignorado, existe um a
tentativa de rejeição da realidade. A
constatação e a comprovação das diferenças,
se estabelece como uma enorme frustração, ou
seja, se traduzirá como a ferida narcísica,
provocando um sentimento de inferioridade
corporal e genital, mas permitirá se voltar
para o pai, como objeto de amor, passando a
reconhecer a vagina como investimento
libidinoso.
Primeiramente ocorre a fantasia de
que possui um pênis. Sendo assim alguém
tirou esse pênis e então, necessita
reconquistá-lo.
Num segundo tempo da perda
imaginária, a menina responsabiliza a sua
mãe pela perda e então ataca e denigre essa
mãe se aproximando do pai.
Num terceiro momento, estando
ligada ao objeto-pai, a menina substituirá o
desejo de possuir um pênis pelo desejo de
ter uma criança.
Na fase genital, entre 03 e
05 anos, temos como instrumental, o Complexo
de Édipo, que é um drama, porque o sujeito
demonstra suas vivências em forma de
fantasias como num teatro.
Nesse teatro os personagens são: o
pai, a mãe e o sujeito, onde o sujeito
vivenciará diferentes momentos e papéis, que
se repetem durante toda a sua vida. Em
outras palavras o Édipo é simplesmente a
história do nosso primeiro amor infantil ou
é o intemporal que faz da própria vida uma
história que se repete continuamente.
Dentro da Cultura a incesto funda
tudo que pertence à ordem da proibição, ou
seja, as normas, as regras, as leis que
regulamentam a vida social em que o sujeito
está inserido.
O incesto será o prazer
sentido com a mãe. Não se trata de prazer
genital, sexual, pois não há possibilidade
biológica de concretização.
A proibição do incesto é a única
regra social que possui tanto um viés
cultural, quanto universal. Seria causado
por um horror instintivo e perceptivo
psicologicamente, biologicamente e
culturalmente, com sérios efeitos danosos na
humanidade. Assim a proibição do incesto é o
conceito que explica a Entrada na Cultura.
A estrutura pré-edipiana
se trata da fundação
na construção da história do sujeito, quer
dizer, nem tudo que é vivido se integra
imediatamente no aparelho psíquico. Aos
poucos haverá o amadurecimento.
O Complexo de Édipo
no menino se apresenta em depositar toda a
sua carga libidinal na mãe, ao se
identificar com o pai, Identificação
Primária. O paipassa a ser imitado e a
ser rival, mas encontrará obstáculo para a
obtenção do objetivo materno que é
justamente o pai funcionando como rival.O
importante é esclarecer que sempre existirá
uma dupla identificação no menino.
O movimento exogâmico do
menino, deslocamento fundamental:
Superará a angústia de castração,
fantasia de ser atacado pelo pai.
Renuncia a conquistar eroticamente
a mãe, abandonando a competição com o pai.
Fecha o acesso à posse dos pais e
procura satisfação nos objetos substitutivos.
O Complexo de Édipo na
menina se apresenta mais intenso por se
tratar do seu objeto primeiro, ser a mãe. A
decepção com a mãe marcará a inveja do pênis,
a procura do pai e uma ambivalência em
relação a mãe.
Finalizando o Complexo de Édipo se
fortalecerá na puberdade e na adolescência
quando biologicamente o corpo está pronto,
amadurecido.
É a culminação de toda a
organização psicossexual do sujeito, pois
conduz à construção da realidade do objeto
inteiro, global e fundamentalmente sexuado
com possibilidades de trocas e criatividade.
O Complexo de Édipo estrutura todas as
instâncias psíquicas, Id, Ego e Superego.
Toda a estrutura da
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, está
fundamentada na psicomotricidade, numa
leitura analítica, de acordo com o pedido
inconsciente do grupo. Assim temos como
instrumental: arames; recortes;
quebra-cabeças; estimativas; volumes;
caleidoscópios; motivos simétricos, sempre,
vinculando à entrada do sujeito na cultura,
na socialização. O objetivo é mobilizar a
Lei Maior: situação interna de como cada um
viveu o Complexo de Édipo.
Trabalho Corporal
O Trabalho
Corporal se apresenta como base de concepção
do corpo: biológico, fantasmático e
psicanalítico, promovendo a conscientização
de diferentes posturas psicomotoras. Tem
como objetivo a liberação dos recalques
corporais, facilitar a integração mente,
consciência corporal, afeto e social,
experenciado em grupo e individual, focando
sempre na realidade.
As propostas são
diretivas, semidiretivas ou de acordo com a
demanda do grupo. A finalidade é encontrar a
“atenção interiorizada” através da
respiração, ritmos, equilíbrio,
deslocamentos, segmentos, organização,
reconstrução, sensibilização, trocas,
entrelaçamentos, imaginação, com diferentes
materiais intermediários, observando os
momentos do grupo: reconstrução da
maternagem, (fase oral); entrada do limite,
(fase anal); movimento edipiano, (fase
fálica); busca da identidade, (fase
genital).
Todo trabalho
corporal acontece com temas musicais
escolhidos pelo terapeuta de formação
visando sensibilizar o sujeito. Os materiais
utilizados, são: bolas diversas; cordas;
bambolês; texturas variadas de papéis,
tecidos, óleos, aromas, alimentos,
instrumentos musicais e outros, enfim, o
terapeuta faz a sua escolha de acordo, com a
necessidade emocional do grupo.
Os momentos do
grupo são percebidos pelo terapeuta para
favorecer a integração do grupo e do sujeito
no grupo. Todo processo se dá para buscar e
reencontrar o que existe em cada sujeito,
mas que se esconde e fica perdido em algum
momento de vida. Esse reencontro de novos
caminhos nem sempre é agradável, mas uma
possibilidade de se encontrar e se
transformar.
Assim o que se
pretende é um desenvolvimento integral do
sujeito, o despertar de atitudes e um maior
conhecimento de cada degrau da sua história.
O trabalho corporal é um grande
coadjuvante na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, para ajudar na integração do
sujeito, possibilitando o encontro de novos
caminhos, novas possibilidades, entrando em
contato com a atenção que existe dentro de
cada sujeito, mas que fica adormecida.
A finalidade é encontrar a própria“atenção
interiorizada”, ou reencontrar o que
possuímos e esquecemos, ou seja, buscamos um
desenvolvimento integral, o contato consigo
mesmo, a própria essência e saber mais sobre
si mesmo.Como diz a letra da música, ficando
cada vez mais limpo das interferências
internas e externas.
Verbalização
A verbalização é
muito significativa na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers, pois é o momento para o
sujeito associar as atividades plásticas
vividas, como também o trabalho corporal à
sua história de vida.
As devolutivas
do Sociopsicomotricista no trabalho
terapêutico de grupo podem ser pelas
leituras: horizontal, vertical e
transversal.
A leitura
horizontal é aquela onde se percebe a fala
de um participante do grupo, como
representante do desejo do grupo como um
todo.
A leitura
vertical é quando se trabalha emocionalmente
a fala de cada sujeito, seus conteúdos
emocionais e as interligações que ocorrem
nas tramas das identificações entre os
participantes do grupo.
A leitura
transversal refere-se à leitura da
atualidade, as questões sociais, políticas e
econômicas que perpassam a fala do sujeito
no grupo.
No trabalho terapêutico utilizamos
essas três leituras.
Em empresas, não é feita a leitura
vertical, somente a horizontal e
transversal, pois não é ético trabalhar
questões pessoais. Desta forma estaria
expondo os sujeitos nos seus ambientes de
trabalho.
Todo esse investimento, que se dá
fundamentalmente na transferência, está no
discurso, na linguagem traduzida e
demonstradas pelo pensamento e reconhecida
pelo sujeito.
A palavra nunca tem um
único sentido, pois sustenta muitas criações
inconscientes. A transferência existe quando
a ideia que o sujeito possui de si mesmo, se
confunde com a realidade em que está situado.
Todo o processo transferencial está em
mostrar a diferença entre a ilusão e a
realidade. Assim o Sociopsicomotricista em
formação, no processo vive e revive
situações individuais, grupais e sociais, os
eventos formadores da sua existência, na
tentativa de atualizar, reconstruir e
reintegrar a sua própria história, condição
fundamental para um profissional.
Solange Thiers,
(2010),assim descreve a sua posição sobre a
formação:
A formação do terapeuta é um trabalho
artesanal, porque o Ser Terapeuta é uma
função conquistada e não somente apreendida.
A conquista na Psicomotricidade se faz por
aqueles que puderam submeter-se a processos
terapêuticos emocionais corporais, que
puderam mobilizar seus conteúdos na relação
consigo mesmo, com o outro e que conseguem
colocar-se de forma íntegra no mundo. (PRISTA,
2010, p.25).
A
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers é um
processo de psicoterapia de grupo,
indispensável na formação pessoal do
sociopsicomotricista, que permite a
expressão da criatividade e a interação do
sujeito com o mundo. É indispensável para
trabalhar e entender a si mesmo, o outro e o
grupo, ter as suas questões pessoais
conhecidas e elaboradas
psicoterapeuticamente na transferência e na
contratransferência. Assim a identificação
da contratransferência é fundamental, devido
a existência de uma linguagem não verbal,
sinalizando uma necessidade grupal.
A transferência
se dá quando as imagos infantis, ou seja, as
memórias infantis são direcionadas ao
terapeuta. Assim sendo, também um ser humano,
sujeito da ação é fundamental dosar a
simpatia, a antipatia, os afetos, os humores,
os ímpetos pulsionais e compreender as lutas
psíquicas do paciente. Sem essa
disponibilidade e sensibilidade não poderia
observar, ler e examinar as falas, suas
projeções e trabalhar o comportamento e as
manifestações inconscientes.
A
contratransferência está no controle
contínuo da própria atitude do terapeuta a
respeito do paciente, retificando sempre que
necessário os próprios sentimentos,
fantasias, desejos, sensações e pensamentos
conscientes e inconscientes, pois são pontos
cegos ou mesmo aspectos não trabalhados na
própria análise, obstáculos ou instrumentos
para o processo terapêutico. O importante é
entrar em contato com a contratransferência
sem medo e experimentar viver as associações
livres manifestas das próprias proposições e
dos comportamentos do paciente.
O invisível
interjogo transferência e
contratransferência é inevitável e está
sempre presente na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers.
Instrumental
As atividades
plásticas são trabalhos que tem como
objetivo o desenvolvimento da aprendizagem e
o despertar do inconsciente através de
projeções e criações. As constatações das
projeções que acontecem no trabalho são
expressas, quando são utilizados os
Orientadores Terapêuticos Thiers, com
desenhos inéditos, embasamento emocional,
psicomotor e cognitivo, elaborados por
Solange Thiers, frutos de suas pesquisas e
experiências de 1972 a 1991.
Os Orientadores
Thiers são livros, de uso exclusivo dos
profissionais formados em
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers. São
eles: CR - Orientador Terapêutico Thiers
Crianças; AD – Orientador Terapêutico Thiers
Adolescentes; E – Orientador Terapêutico
Thiers Adultos; DB – Coleção Thiers
Descobrindo Brincar. O Orientador Thiers de
Formação Pessoal é de uso exclusivo para os
profissionais formadores.
Os Orientadores
Thiers apresentam propostas que são
classificadas seguindo a Organização Genital
Infantil segundo S. Freud. Assim o
profissional identificando o momento
emocional vivido pelo grupo, escolhe a
proposta mais adequada, pois a programação
do trabalho ocorre na medida em que essa
percepção se torna possível.
Teórico e Técnico
O embasamento teórico e técnico na
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers
apresenta, correlações de conceitos
psicanalíticos, prática, bases teóricas e
devolutivas dos momentos grupais.
Na
Leitura Vertical
estuda:
Segundo Freud: Inconsciente, Recalque, 1ª e
2ª tópicas. Enquadre, Interpretação,
Setting, Contrato. Narcisismo, Organização
Genital Infantil,
Transferência
e Contratransferência.
Segundo Winnicott: Objeto Transicional,
Espaço Potencial e Holding. Segundo Klein:
Posição Esquizo-paranóide e Posição
Depressiva.
Na
Leitura Horizontal
estuda: A cultura na Obra de Freud, Bion,
Pichon Rivière e Thiers.
Na
Leitura Transversal
estuda: Os Mitos e a Ética de Sócrates.
Aristóteles. John Locke. Immanuel Kant.
Aléxis de Tocqueville.
Aindaestuda o desenvolvimento
Biopsicossocial na
Psicomotricidade.
O tempo mínimo da Formação teórica,
técnica e supervisão de estágio é de 445
horas.
Erro
O erro na Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers tem o mesmo valor do acerto.
Demostra que o sujeito não deixou de tomar
uma atitude em direção ao acerto, mas sim
caminhou no encontro de uma saída. Buscou
alternativas, se aventurou, investiu, em vez
de se tornar refém da incapacidade e das
críticas.
Os erros provocam ansiedades, medos
e defesas, mas também preparam para as
vitórias, transformam e ajudam a recomeçar
deixando de incomodar, possibilitando o
crescimento. Ao realizar a proposta
Ramain-Thiers, o sujeito projeta seus
conteúdos inconscientes e conscientes. O
erro é uma projeção que ajuda na reparação
dos objetos internos, vividos nos trabalhos,
buscando novas direções.
Os lápis de cor são usados como possibilidades de mudanças de
caminho, correção e reparação. Conforme
Solange Thiers (1998), “As cores foram muito
estudadas no passado como elementos da
harmonização e no Ramain-Thiers, sua
importância é capital, porque o processo
terapêutico só acontece à medida que são
usados os lápis de cor.” (Thiers,1998, p.
34).
As cores em Ramain-Thiers assim se
apresentam: lápis preto para iniciar o
processo seguindo sem erros até a
finalização, pois havendo erro ocorre a
mudança de cores para reparação, que deve
ser sadia, ou seja, deve ocorrer se de fato
houver um erro e não de forma maníaca
somente para trocar de lápis e buscar um
colorido harmonioso, com a finalidade de
tamponar o que está vivenciando.
Na mudança de cores, ocorrendo o
erro, normalmente utilizamos o lápis
vermelho, o lápis azul e o lápis verde.
Assim, sucessivamente as cores funcionam
como uma transição de adaptação ao real, num
confronto consigo mesmo, não retornando ao
lápis preto. Também não utilizamos borracha,
porque analogamente na vida não apagamos os
erros cometidos.
Na visão de Solange Thiers (1998),
“Os sistemas da cor, a sua simbologia e seus
códigos são resultantes da adoção consciente
de determinados valores inconscientes,
porque o que dá significado e qualidade ao
símbolo é a sua utilização” (Thiers, 1998,
p. 34).
Os símbolos possuem a função de
comunicação e representação, ou seja,
possuem uma finalidade social e grupal.
Assim, nas mudanças das cores acontece a
comunicação na sua subjetividade promovendo
a reparação e um novo caminho.
Os símbolos surgem do inconsciente
e do meio para preencher uma função
favorável à vida pessoal e social.
Estágio
Supervisionado
O estágio supervisionado tem a
duração de 60 horas. Nesse momento o
Sociopsicomotricista em Formação terá a
oportunidade de aplicar preferencialmente em
grupo o conhecimento adquirido e apreendido.
A supervisão é indispensável na
prática dos atendimentos na psicomotricidade,
porque o profissional em formação precisa de
uma visão mais ampliada no auxílio do seu
trabalho.
O papel do supervisor é trazer
segurança ao profissional em formação,
desafiando o mesmo a pensar, oferecendo um
retorno com a finalidade de aprimorar o
conhecimento, a prática clínica e a prática
institucional.
O supervisionando deverá
desenvolver as melhores técnicas de trabalho,
favorecendo o crescimento dos seus pacientes.
A supervisão deverá ser permanente,
ou seja, mesmo após a conclusão do estágio,
o profissional precisa dar continuidade,
desenvolvendo cada vez mais os seus
conhecimentos e a prática profissional.
Prática.
A Sociopsicomotricidade
Ramain-Thiers está em constante atualização,
sempre acompanhando os movimentos da
sociedade e o crescimento contínuo das
gerações.
A prática Ramain-Thiers pode ser
aplicada em consultórios para atendimento de
crianças, adolescentes, adultos e idosos em
grupo e ou individual em:
Dificuldades de aprendizagem. Queixas
escolares.Conflitos emocionais, dificuldades
afetivas e estruturação afetiva.
Sensibilização. Escolha Profissional.
Terapia de casal. Recuperação de dependentes
químicos. Lutos, medos e diferentes
possibilidades de trabalho.
A prática institucional pode ser
aplicada em:
Saúde mental e Trabalho em
Empresas.Sensibilização de Educadores e
Escolas. Spas. Reintegração de Jovens
Infratores.Zona Rural.Idosos
Institucionalizados. Grupo de Pais.
Recuperação infanto juvenil em grupos de
crianças e adolescentes institucionalizados
com diferentes demandas.Grupo de Gestantes.
Na prática clínica, o
Sociopsicomotricista em formação que é
psicólogo atuará como Psicoterapeuta e os
demais profissionais atuarão como
Socioterapeutas. O trabalho avançará até
onde seus próprios processos internos e
resistências lhe permitam.
Toda a prática na
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers está
fundamentada nos Orientadores Terapêuticos
Thiers e nas edições:
Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers:
uma leitura emocional, corporal e social de
Solange Thiers e Colaboradores; Compartilhar
em Terapia: seleções em Ramain-Thiers, org.
de Elaine Thiers; Essência dos Vínculos,
org. de Solange Thiers e Elaine Thiers;
Corpo e Afeto: reflexões em Ramain-Thiers,
org. Ana Cristina Geraldi e Solange Thiers;
Ética Pública de Solange Thiers.
REFERÊNCIAS
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Karl. Teoria Psicanalítica da Libido:
sobre o caráter e o desenvolvimento da
libido. Trad.: Jayme Salomão e Christiano
Monteiro Oititica. Rev.: Elisa Dias Velloso.
Rio de janeiro: Imago Ed. Ltda, 1970.
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Jaques. O seminário 1: os escritos
técnicos de Freud, 1953-1954; texto
estabelecido por Jacques – Alain Miller.
Versão Brasileira: Betty Milan. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Zahar Editora, 2009.
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Psicopatologia Psicanalítica. Rio de
janeiro: Nova Fronteira, 1982.
FIGUEIRA,
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de Freud aos contemporâneos. São Paulo: Casa
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Corpo e Afeto: reflexões em
Ramain-Thiers. Rio de Janeiro: Wak. Ed.,
2009.
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Rosa. Org. Formações em Psicomotricidade
no Brasil. São Paulo: ALL Print Editora,
2010.
PRISTA,
Rosa. Org. Psicomotricidade: que prática
é esta? São Paulo: ALL Print Editora,
2016.
THIERS,
Elaine: Org. Compartilhar em Terapia:
seleções em Ramain-Thiers. Comissão
científica: MELLO, Leila Maggio Teixeira;
POYARES, Maria Monteiro Drummond; ALMEIDA,
Marilú Miranda e. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1998.
THIERS,
Solange; THIERS, Elaine. Ogrs. A Essência
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Glória, 2001.
THIERS,
Solange. Sociopsicomotricidade Ramain
Thiers: uma leitura emocional, corporal
e social. 2ª ed. ver. e atual. São Paulo:
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THIERS,
Solange. Ética pública: o princípio
do “interesse bem compreendido” segundo
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ZIMERMAN,
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trabalhamos com grupos. Poro Alegre:
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